A pulorose é definida como a infecção causada pelo agente etiológico Salmonella pullorum que acomete aves, especialmente as jovens, provocando elevada mortalidade das mesmas.
Esta moléstia foi descrita pela primeira vez por Rettger, no ano de 1899. Este a descreveu como uma diarréia fatal de pintos jovens, recebendo mais tarde o nome de diarréia branca e, por conseguinte, de diarréia branca bacilar. A partir do século XX, a doença se alastrou por diversos países resultando em mortalidade de até 100% das aves.
Na década de 30, esta moléstia também foi identificada em perus que entraram em contato com galinhas infectadas, o que acarretou grandes perdas econômicas. Nos dias de hoje, os casos de pulorose estão diminuindo na maioria dos países, em conseqüência das medidas de controle implementadas.
O agente Salmonella pullorum consiste em um bacilo não flagelado, portando, imóvel, que sobrevive por aproximadamente 11 semanas em camas novas e 3 semanas em camas antigas. Embora seus hospedeiros naturais sejam as galinhas, pode atingir outras aves como perus, pardais, canários, papagaios e faisões. Costuma acometer aves jovens, entre 14 a 21 dias de vida.
A transmissão de maior importância é a vertical (transovariana), na qual o agente se dissemina através do ovo durante meses. Contudo, também existem outras formas de transmissão, como pelas fezes, alimentos, água e cama contaminadas, e também, de forma mecânica, através de pessoas, animais de estimação e insetos.
A sintomatologia envolve sonolência, perda de apetite, fraqueza, amontoamento, diarréia de coloração branca, asas caídas, e também pode ocorrer morte súbita. Dentre as manifestações clínicas observadas com menor freqüência, estão a claudicação e cegueira. As aves adultas, quando infectadas, normalmente não apresentam os sinais clínicos com clareza, sendo que sua manifestação engloba queda na produção de ovos, redução da fertilidade e, em certos casos, depressão, perda de apetite, diarréia e desidratração.
A concentração de mortalidade ocorre entre a segunda e terceira semanas de vida, quase não ocorrendo antes do quinto ao décimo dias de vida. Quando a ave nasce contaminada, a morte pode ocorrer logo após a eclosão do ovo.
O diagnóstico é alcançado por meio do histórico juntamente com o quadro clínico, sendo confirmado por meio de exames sorológicos, como a soroaglutinação (rápida e lenta) em tubos de ELISA, além de PCR.
O tratamento pode diminuir a mortalidade das aves, mas estas continuarão a ser portadoras do agente. Dentre os medicamentos utilizados, estão: sulfonamidas, nitrofuranos, cloranfenicol, enrofloxacina, clortetraciclina e apramicina.
O controle e profilaxia da pulorose são feitos da limpeza, desinfecção, controle de insetos, roedores e pássaros nas granjas, sendo necessária a eliminação das aves positivas.
Fontes:
http://www.fortdodge.com.br/14sanidade/pdf/03almoneloses_avarias.pdf
http://www.qualittas.com.br/documentos/Salmonelose%20-%20Alana%20Cristina%20Cunha%20dos%20Santos.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/pulorose/