Sífilis

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

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A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST), de natureza infectocontagiosa, podendo ser adquirida em qualquer fase da vida. É conhecida desde o século XV, quando se disseminou rapidamente pela Europa, e hoje em dia ainda é um problema de saúde importante em países subdesenvolvidos e desenvolvidos. Como a grande maioria das doenças infectocontagiosas, pode aumentar o risco de transmissão da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA - AIDS).

O agente causador é uma bactéria conhecida como Treponema pallidum, que só acomete seres humanos. É conhecida há mais de cem anos, mas o seu cultivo em laboratório é muito difícil.

Transmissão

A transmissão ocorre pela relação sexual sem o uso de camisinha com indivíduo contaminado. A mãe contaminada pode transmitir a doença durante a gestação ou na hora do parto (sífilis congênita). Por isso é importante que a mulher grávida faça o exame pré-natal. Mais raramente, a sífilis pode ser transmitida pela transfusão sanguínea e objetos contaminados. As lesões normalmente se localizam na vulva, vagina e colo uterino nas mulheres e no pênis no homem. Podem ocorrer lesões ainda no ânus, boca, ou outros locais da pele em ambos os sexos.

O tempo de incubação do agente varia de duas semanas a muitos meses. Se a infecção não for tratada a tempo, pode ocorrer comprometimento dos sistemas cardiovascular e nervoso, com paralisia que pode levar à morte.

Sintomas

São conhecidos quatro estágios da doença: estágio primário, secundário, período latente e terciário.

  1. Estágio primário: as primeiras lesões aparecem em três semanas após a infecção, desaparecendo sozinha em algumas semanas. Essas lesões são chamadas de “cancro” ou úlceras e não são visíveis. Não existem sintomas neste estágio. O risco de contágio é grande.
  2. Estágio secundário: As lesões aparecem entre seis semanas e seis meses da infecção. As lesões, nesta fase, são visíveis e se localizam nas regiões palmar e plantar. Pode ocorrer também perda de cabelo, febre e mal estar.
  3. Período de latência: se caracteriza pela não exibição dos sintomas e dura de 2 a 4 anos. Ocorre somente a transmissão materno fetal (sífilis congênita). Esse período é interrompido quando há o aparecimento de sintomas dos estágios secundário e terciário.
  4. Estágio terciário: é caracterizado pela destruição dos tecidos infectados. Surge de dois a 40 anos após a infecção inicial. Os sinais apresentados são: lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas (demência, convulsões, perda de controle de movimentos, paralisia parcial), podendo levar à morte.

Diagnóstico

O diagnóstico sorológico é feito com o teste Teste Rápido, que está disponível no SUS. Quando há um resultado positivo, uma amostra de sangue é recolhida para realização de outro teste para a confirmação do diagnóstico. Caso seja positivo o tratamento deve ser iniciado prontamente. Por se tratar de uma DST, o casal deve realizar o tratamento em conjunto, para que não ocorra nova infecção.

Tratamento

O tratamento mais comumente utilizado é a benzatina (um tipo de penicilina). Outros antibióticos podem ser usados como a azitromicina, a doxiciclina e a tetraciclina.

Existe um tabu para a procura por tratamento para DST de um modo geral. Isso ocorre porque essas doenças são estigmatizadas como sendo associadas à promiscuidade e os indivíduos contaminados ficam com receio de procurar ajuda médica. Por conta disso, a incidência destas doenças e mais especificamente a da sífilis está aumentando. Ao menor sinal de sintomas, deve-se procurar ajuda médica.

Bibliografia:

Soares, JL. Programas de Saúde. Editora Scipione.

Tortora, Gerard J. Microbiologia. 10. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2012.

http://www.aids.gov.br/pagina/sifilis

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