A síndrome da boca ardente, também chamada de síndrome da ardência bucal, caracteriza-se pela sensação de queimação na mucosa oral e/ou língua.
Após muitos estudos, foi possível concluir que a maioria dos casos de queimação na cavidade oral ocorre em mulheres que estão na pós-menopausa. Contudo, existem outros fatores desencadeadores dessa síndrome, como:
- Danos aos nervos responsáveis pelo paladar e dor;
- Secura bucal, que pode ser decorrente do uso de alguns fármacos ou desordens, como a síndrome de Sjögren e diabetes;
- Candidíase oral;
- Deficiências nutricionais;
- Refluxo gástrico;
- Próteses mal ajustadas ou alergias a materiais odontológicos;
- Ansiedade;
- Depressão.
Em mais de metade dos pacientes, a dor surge espontaneamente, sem que haja um fator precipitante. Cerca de um terço dos indivíduos acometidos relatam o início de um tratamento dentário, doença ou uso de certo fármaco, em associação com o surgimento da ardência.
A ardência comumente afeta mais uma região da cavidade oral, sendo mais frequente no terço anterior da língua, no terço anterior do palato duro e na mucosa do lábio inferior.
Muitos pacientes relatam que a interferência da ardência durante a noite atrapalha a qualidade do sono. Outras manifestações incluem:
- Formigamento ou sensação de dormência na boca ou na língua;
- Dor que se intensifica durante o dia;
- Aumento de sede;
- Xerostomia;
- Alteração do paladar, com sabor metálico ou amargo.
A forma de apresentação da dor varia. Pode surgir logo ao acordar, intensificando-se ao longo do dia, persistindo até durante a noite. Também pode ir e vir, podendo, os pacientes, passar o dia todo sem a ardência.
O diagnóstico é feito por meio de exame físico detalhado, junto com o histórico clínico do paciente. Alguns exames também podem ser feitos, como:
- Exames de sangue em busca de infecções, deficiências nutricionais, doenças associadas à síndrome;
- Swab oral, em busca de candidíase;
- Testes de alergia para materiais dentários, alimentos ou alguma outra substância que possa estar causando alergia.
O tratamento deve ser feito de acordo com cada caso e inclui:
- Tratamento de doenças preexistentes, como diabetes, síndrome de Sjögren, ou um problema de tireoide;
- Suplementação nutricional, em casos de deficiências nutricionais;
- Ajuste ou substituição de próteses dentárias;
- Troca ou suspensão de medicamentos, caso esses sejam os responsáveis pela ardência;
- Uso de fármacos para tratar xerostomia, candidíase oral, ansiedade, depressão e controle de lesão em um nervo.
Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72992006000300021&script=sci_arttext
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4821
http://www.mayoclinic.com/health/burning-mouth-syndrome/DS00462