A síndrome da dor regional complexa (SDRC) consiste em uma condição altamente dolorosa e incapacitante, desenvolvida depois de uma lesão traumática de variadas extensões.
Foi descrita pela primeira vez por Mitchell, no ano de 1864, durante o período da guerra civil americana. Este relatou um quadro de edema doloroso em uma das extremidades do corpo, depois de ocorrida uma lesão por arma de fogo, em associação com alterações vasomotoras e tróficas.
A Associação Internacional para o Estudo da Dor sugeriu dividir a SDRC em dois tipos distintos, com base na presença da lesão do nervo em seguida a injúria:
- Tipo I: também chamada de distrofia simpático-reflexa (DSR), atrofia de Sudeck, distrofia reflexo neurovascular ou algoneurodistrofia, não apresenta lesões nervosas aparentes.
- Tipo II: antigamente denominada causalgia, apresenta evidências de lesões no nervo.
A etiologia desta síndrome ainda não foi muito bem elucidada. Sabe-se que dentre os fatores precipitantes estão lesões e cirurgias, embora existam casos relatados que não apresentam nenhuma lesão identificável.
Esta síndrome pode acometer indivíduos de todas as idades, mas, comumente, é diagnosticada após os 40 anos de idade. Embora afete ambos os sexos, apresenta-se na proporção de 3:1 (mulher:homem). Casos notificados em adultos e adolescentes têm aumentado.
As manifestações clínicas apresentadas por esta patologia costumam surgir próximos ao local da lesão, Os sintomas mais freqüentes a sensação de dor persistente e intensa; podem estar presentes espasmos musculares; inchaço local, intensa sudorese; alterações na temperatura da pele (que varia de fria a quente) e cor (vermelho intenso a um violeta avermelhado); enfraquecimento dos ossos; sensibilidade ou rigidez articular e/ou restrição de movimentos devido à dor.
Tanto estresse emocional quanto físico pode agravar a dor causada pela SDRC. Muitas vezes movimentar ou tocar no membro acometido gera uma dor insuportável.
O diagnóstico é feito basicamente observando-se os sintomas apresentados pelo paciente, uma vez que não existe nenhum teste específico parta a SDRC. Todavia, alguns testes, como termografia, teste de suor, radiografias e cintilografia óssea podem ser úteis na construção do retrato da patologia em questão.
O tratamento desta síndrome é multidisciplinar, abrangendo uso de fármacos e terapias, como:
- Fisioterapia e exercícios;
- Psicoterapia;
- Bloqueios dos nervos simpáticos, englobando a cirurgia de simpatectomia;
- Estimulação da medula espinhal;
- Fármacos, como analgésicos, antidepressivos, corticosteróides e opióides.
A demora no diagnóstico e/ou tratamento da SDRC pode levar a graves problemas físicos e psicológicos. O reconhecimento e tratamento precoce oferecem maior oportunidade para a recuperação do paciente.
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2/v80n2a15.pdf
http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/09/03/sindrome-da-distrofia-simpatica-reflexa/
http://en.wikipedia.org/wiki/Complex_regional_pain_syndrome
http://arthritis.about.com/od/rsd/a/rsd.htm
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/sindrome-da-dor-regional-complexa/