A Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI), também denominada síndrome da morte súbita do lactente, e ainda, conhecida popularmente como morte do berço, é pontuada como a morte repentina de um bebê aparentemente saudáveis, sem causa aparente.
Até o momento, não foi completamente elucidado se a morte ocorre durante o sono ou nos períodos de transição entre o sono e a vigília. Sabe-se que a SMSI é mais comum entre dois a quatro meses de idade (raro após os seis meses de vida), ocorrendo com maior frequência em indivíduos do sexo masculino. Além disso, também é conhecido que colocar a criança de barriga para baixo (em pronação) eleva o risco de ocorrência desta síndrome.
Alguns fatores podem contribuir para a ocorrência da SMSI, além do fator posição, como:
- Asfixia por compressão das vias aéreas ou inalação exacerbada de gás carbônico exalado na posição com o rosto virado para baixo;
- Hipertermia resultante da compressão do rosto contra o travesseiro ou contra o colchão;
- Nascimento prematuro e a falta de maturidade dos componentes cardiorrespiratórios e de controle térmico.
Esses fatores podem deixar o bebê mais susceptível ao estresse gerado pela ausência de oxigênio. Todavia, a síndrome pode ocorrer em crianças que não apresentam nenhuma dessas condições.
Outro fator que também colabora com a ocorrência da SMSI é compartilhar leito com a criança. Ao fazer isso, é possível que os outros indivíduos na cama acabem sufocando a criança ao se movimentarem durante a noite. Além disso, bebês exageradamente agasalhados, que dormem em locais muito aquecidos, apresentam risco mais elevado quando colocados de bruços, pois a face é uma importante fonte de eliminação de calor nas crianças. Sendo assim, acredita-se que o estresse gerado pela elevação da temperatura resulta na diminuição da frequência cardíaca, além de inibição do centro respiratório.
Bebês que são expostos a certas condições, como insalubridade, fumo, álcool e drogas ilícitas durante o período gestacional, ou à fumaça de cigarro após o nascimento, tornam as crianças mais propensas ao desenvolvimento desta síndrome.
Nos países industrializados, foi iniciada uma campanha para que os pais colocassem os bebês para dormir na posição supina (de barriga para cima), uma vez que foi constatado que deitar as crianças de bruços praticamente triplica o risco de ocorrência da SMSI. Apenas essa medida foi capaz de levar a uma redução de 50% no número de óbitos de bebês.
Já no Brasil, o costume de deitar os bebês de lado, mesmo que não seja de barriga para cima, o ideal, ajuda a proteger os bebês, havendo, portanto, uma baixa incidência de SMSI estimada em 5-10 para cada 10.000 crianças nascidas vivas.
Além de evitar deitar a crianças de bruços, outras medidas podem ser adotadas para prevenir a ocorrência da SMSI, tais como:
- Não agasalhar exageradamente o bebê e manter a temperatura ambiental próxima a 22°C;
- Não utilizar travesseiros e colchões muito macios;
- Dormir no mesmo quarto, mas não no mesmo leito que a criança;
- Não consumir bebidas alcoólicas e nem tabaco durante a gestação;
- Não expor a criança à fumaça de cigarro.
Fontes:
http://www.spp.org.br/sindrome.htm
http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-da-morte-subita-infantil/
http://www.fmrp.usp.br/revista/1998/vol31n4/sindrome_morte_subita_infancia.pdf
https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/sintomas-doencas-tratamentos/sindrome-da-morte-subita-infantil/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/sindrome-da-morte-subita-infantil/