A síndrome de Mirizzi refere-se a uma complicação da colelitíase, que leva à obstrução do ducto hepático comum, em decorrência de uma compressão ou inflamação de cálculos impactados dessa estrutura.
Estima-se que seja encontrada em 0,7 a 1,4% em todos os casos de colecistectomias, afetando principalmente indivíduos do sexo feminino acima dos 40 anos de idade.
Foi primeiramente descrita no ano de 1948, por P.L. Mirizzi. Este descreveu ducto cístico paralelo ao ducto hepático comum, impactação de um cálculo no ducto cístico ou colo da vesícula biliar, obstrução mecânica do ducto hepático comum pelo cálculo ou secundária à inflamação e presença de icterícia intermitente ou permanente, podendo levar à colangite recorrente, podendo evoluir para cirrose biliar secundária.
Pesquisadores da área classificaram esta síndrome em quatro tipos distintos, de acordo com a causa:
- Compressão extrínseca do ducto biliar comum por cálculo biliar no colo vesicular ou ducto cístico;
- Fístula colecistobiliar com erosão de diâmetro inferior a 1/3 da circunferência do ducto biliar comum;
- Erosão com diâmetro superior a 2/3 da circunferência do ducto biliar comum;
- Destruição completa do ducto biliar.
A sintomatologia pode não ser contínua, fato que dificulta o diagnóstico. As manifestações clínicas mais comumente observadas são:
- Icterícia;
- Dor abdominal;
- Colúria;
- Vômitos;
- Perda de peso;
- Prurido.
O diagnóstico é feito por meio do quadro clínico apresentado pelo paciente em associação com exames de imagem, como tomografia computadorizada do abdômen, colangiografia transparietohepática ou colangiopancreatografia endoscópica retrógrada.
O tratamento envolve cirurgia, na qual é feita a reconstrução dos ductos acometidos e a remoção dos cálculos biliares.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Mirizzi
http://www.sobracil.org.br/revista/rv020202/rbvc020202_75.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-39842006000300021&script=sci_arttext