Síndrome do Intestino Curto

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A síndrome do intestino curto (SIC), ou simplesmente chamada de intestino curto, refere-se a uma doença de má absorção resultante da ressecção cirúrgica do intestino delgado (como, por exemplo, em casos de doença de Crohn ou tumores) derivações do trânsito intestinal (como no caso de fístulas e cirurgia bariátrica) ou, em raros casos, decorrente de uma disfunção completa de grande parte do intestino delgado (devido a infecções, isquemia, quimioterapia e/ou radioterapia).

Mais simplificadamente, esta desordem pode ter etiologia anatômica ou funcional, resultando em problemas de absorção de nutrientes, fato que pode ser contrabalanceada pela maior ingestão de alimentos e por adaptações estruturais e metabólicas intestinais.

Este processo de adaptação envolve as seguintes alterações:

  • Alargamento e alongamento das vilosidades intestinais;
  • Aumento do diâmetro do intestino delgado;
  • Diminuição dos movimentos peristálticos, fazendo com que o alimento passe mais lentamente pelo intestino delgado.

As manifestações clínicas da SIC podem incluir:

  • Dor abdominal;
  • Diarreia ou esteatorreia;
  • Retenção de líquidos;
  • Flatulência;
  • Vômito;
  • Perda de peso;
  • Desnutrição;
  • Fadiga.

Algumas complicações decorrentes da menor área de absorção intestinal são deficiência de vitaminas A, D, E, K e B12, cálcio, ácido fólico, ferro, zinco e magnésio. Estas deficiências podem manifesta-se como anemia, hiperqueratose, equimoses, espasmos musculares, problemas de coagulação e dor óssea. Além disso, estes pacientes podem apresentar deficiência no crescimento (quando a SIC está presente ainda na infância), desidratação, úlceras gástricas decorrentes do excesso de ácido gástrico, proliferação exacerbada de bactérias em regiões dilatadas do intestino, litíases biliares e renais em decorrência da baixa absorção de bile ou cálcio.

O tratamento da SIC pode incluir diferentes formas terapêuticas, como uso de anti-diarreicos (por exemplo, loperamida e codeína); suplementação vitamínica; inibidores da bomba de prótons e bloqueadores de H2 visando diminuir o ácido estomacal; suplementos de lactase, com objetivo de melhorar o inchaço e a diarreia relacionada com intolerância à lactose; cirurgia para aumentar o intestino delgado; nutrição parenteral ou enteral.

A adoção de certos hábitos alimentares favoráveis para pessoas com a SIC incluem:

  • Aumentar a hidratação;
  • Dar preferência para carnes brancas, grelhadas ou cozidas;
  • Consumir alimentos obstipantes, como goiaba, maçã sem casca, banana-maçã, caju, batata da terra cozida, dentre outros;
  • Consumir, de preferência, vegetais cozidos;
  • Consumir leite desnatado ou produtos fermentados;
  • Consumir queijo de baixo teor de gordura.

Além disso, é importante evitar certos alimentos, como:

  • Alimentos gordurosos, incluindo amendoim, nozes e abacate, dentre outros;
  • Vegetais folhosos, como brócolis, acelga, alface, repolho, dentre outros;
  • Frutas que auxiliam contra a prisão de ventre, como mamão, ameixa, laranja, abacaxi e melão;
  • Alimentos ricos em enxofre; como aipo, agrião, brócolis, cebola, couve, couve-flor, espinafre, dentre outros;
  • Bebidas gaseificadas;
  • Bebidas alcoólicas.

Fontes:
http://www.naspghan.org/user-assets/Documents/pdf/diseaseInfo/ShortBowel-P.pdf
http://www.projetodiretrizes.org.br/9_volume/terapia_nutricional_na_sindrome_do_intestino_curto_insuficiencia_falencia_intestinal.pdf
http://www.ccddf.com.br/nutricao/SINDROME_DO_INTESTINO_CURTO.pdf
http://www.news-medical.net/health/Short-Bowel-Syndrome-(Portuguese).aspx

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