Síndrome Miastênica de Lambert-Eaton

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Síndromes
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

A síndrome miastênica de Lambert-Eaton, também chamada somente de síndrome de Lambert-Eaton, consiste em uma desordem caracterizada por um quadro clínico semelhante ao da miastenia gravis, no qual são afetas as junções neuromusculares.

Este transtorno foi primeiramente descrito por Eaton, Lambert e Rooke, no ano de 1956. Afeta mais comumente adultos, especialmente do sexo masculino (5:1). É mais observada em associação com neoplasias pulmonares do tipo oat cell.

Tem como causa a liberação anormal de acetilcolina (neurotransmissor) na fenda sináptica. Nesta desordem são encontrados anticorpos contra os canais de cálcio voltagem-dependentes do terminal pré-sináptico, levando a disfunções na transmissão do impulso nervoso.

Quando há a presença de tumores do tipo oat cell, acredita-se que existam determinantes antigênicos similares na superfície tumoral e no terminal pré-sináptico, levando a uma resposta automine contra a neoplasia.

A manifestação clínica inicia principal é fraqueza progressiva, afetando os músculos proximais dos membros inferiores e pélvis. Com a evolução do quadro, o paciente apresenta fraqueza na cintura escapular, podendo resultar em comprometimento da musculatura craniobulbar, apesar de ser incomum a presença de ptose palpebral, diplopia e disfagia.

Manifestações que indicam comprometimento do sistema nervoso autônomo também podem estar presentes, como constipação, retenção urinária, boca seca e impotência sexual. Raramente pode haver hipotensão postural.

O diagnóstico é alcançado por meio da associação de histórico, quadro clínico e exame físico, que envolve a eletromiografia. Além disso, pode ser feita a pesquisa dos anticorpos anticanais de cálcio, que possui especificidade de 92%.

O tratamento nos casos ligados a neoplasias resulta em uma melhora das manifestações neurológicas. Caso não seja observada a neoplasia no estabelecimento do diagnóstico, devem ser repetidos os exames para o diagnóstico das mesmas em intervalos regulares (3 a 6 meses).

A sintomatologia neurológica pode ser tratada com medicamentos que auxiliam na liberação da acetilcolina na fenda sináptica, como é o caso da 3,4-diaminopiridina. Nos quadros mais graves, pode ser utilizada a prednisona isoladamente, ou em associação com a azatioprina, plasmaferese ou imunoglobulina.

O uso de fármacos que alteram a transmissão neuromuscular deve ser evitado, como aminoglicosídeos, procainamida, quinidina, propanolol, bloqueadores de canais de cálcio e contrastes iodados.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_miast%C3%AAnica_de_Lambert-Eaton
http://www.medcenter.com/medscape/content.aspx?id=497&langType=1046
http://www.linharara.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=70&Itemid=31

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!