A síndrome neuroléptica maligna, também conhecida como síndrome maligna dos neuropeptídeos, ou ainda, síndrome da deficiência aguda de dopamina, trata-se de um efeito adverso severo dos fármacos neurolépticos.
Este transtorno foi descrito pela primeira vez no ano de 1960, por Delay e colaboradores, na França e, em 1968, na literatura inglesa, por Delay e Deniker. Consiste em uma reação idiossincrática a agentes neurolépticos, antidepressivos, bem como outras drogas antipsicóticas, que provavelmente está relacionado ao bloqueio dos receptores dopaminérgicos nos gânglios da base, sendo que o agente causal mais frequente é o haloperidol.
Têm sido descritos fatores que aumentam as chances do surgimento desta síndrome como agitação, exaustão física e neuroleptização rápida.
O quadro clínico que caracteriza este transtorno inclui:
- Rigidez muscular;
- Confusão mental;
- Febre;
- Sinais extrapiramidais;
- Alterações da consciência;
- Pressão arterial flutuante;
- Incontinência esfincteriana;
- Dispneia;
- Elevação de fosfocreatinoquinase (CPK);
- Leucocitose.
As complicações desta síndrome comumente são resultantes da severidade da rigidez muscular e da imobilização proveniente desta condição. O risco de rabdomiólise e de falência renal aguda é aumentado pela escassa ingestão de líquidos, com consequente desidratação. Também pode haver trombose venosa profunda e embolismo pulmonar como resultado da rigidez, imobilização e desidratação. Confusão mental e problemas de deglutição pode levar ao surgimento de pneumonia aspirativa. A coagulação intravascular disseminada, septicemia e infarto agudo do miocárdio são outras consequências desta síndrome.
O diagnóstico e o tratamento deste distúrbio comumente são difíceis de serem estabelecidos. O tratamento engloba medidas de suporte como hidratação, suporte ventilatório e nutricional, prevenção de eventos tromboembólicos, por meio do uso de heparina em baixas doses.
A morte pode ocorrer como consequência da síndrome; todavia, em quase 80% dos casos o paciente pode se recuperar completamente, enquanto que em 8% dos casos pode haver recuperação incompleta.
Fontes:
http://www.jmpsiquiatria.com.