Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Por Claudia de Carvalho Falci Bezerra

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)

Categorias: Doenças, Doenças respiratórias
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A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG, ou SARS, sigla em inglês para Severe Acute Respiratory Syndrome) é uma doença respiratória zoonótica (que pode ser transmitida dos animais para o homem) altamente infecciosa em humanos causada pelos representantes da família dos coronavírus. Podem causar doença respiratória de diferentes graus de gravidade, do resfriado comum a uma pneumonia fatal.

Histórico

O primeiro relato da SARS aconteceu em fevereiro de 2003 na Ásia. A doença se espalhou por vários países na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia, antes que o surto global fosse contido. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 8.098 pessoas ao redor do mundo contraíram SARS durante o surto de 2003. Desse total, 774 morreram.

Em 2012, uma variante do vírus causou um surto conhecido como Síndrome Respiratória do Oriente Médio.

No final do ano de 2019 foi identificado mais uma variante do vírus que causou uma pandemia de COVID-19, o nome dado à doença.

Agente etiológico

Os coronavírus são vírus que são compostos por uma única fita de RNA (ácido ribonucléico) e um nucleocapsídeo (que é a união do ácido ribonucléico com o capsídeo - invólucro composto por proteínas).

Os coronavírus pertencem à subfamília Coronavirinae, família Coronaviridae.

Possuem espículas (estruturas proeminentes) na sua superfície, dando ao vírus uma aparência de coroa solar (corona em latim), daí o nome coronavirus.

Ilustração 3D do Coronavírus (Sars-Cov-2). Créditos: Kateryna Kon / Shutterstock.com

Existem também representantes da família Coronaviridae que causam infecções gastrointestinais em seres humanos e animais .

Os três principais representantes que causam Síndrome Respiratória Aguda Grave em humanos são:

Sintomas

A doença começa com uma febre alta (maior que 38°C), acompanhada de dores de cabeça, dores no corpo, sensação geral de desconforto e diarreia.

Algumas pessoas podem ter sintomas respiratórios leves desde o início. Entre dois e sete dias os pacientes podem desenvolver tosse seca e muitos desenvolvem pneumonia de origem viral ou uma pneumonia secundária de origem bacteriana.

Crianças, idosos e pacientes imunocomprometidos podem desenvolver um quadro fatal de pneumonia.

Transmissão

O principal modo de transmissão ocorre pelas gotículas respiratórias que são lançadas no ar através do espirro ou tosse de um indivíduo que esteja a menos de 1 metro de pessoas próximas. Neste caso, as gotículas respiratórias dispersas pelo ar podem se depositar nas mucosas da boca, nariz e olhos.

Outra forma de disseminação acontece quando uma pessoa toca uma superfície ou objeto contaminado e em seguida toca sua boca, nariz ou olhos. Supõe-se também que o vírus se espalhe por propagação aérea (pelo ar), e outras formas desconhecidas.

O período de incubação do vírus é de dois a sete dias, podendo chegar a 14 dias.

Diagnóstico

Utilizam-se aspirado de vias aéreas superiores e inferiores, sangue, fezes e urina. O exame radiológico pode se mostrar inespecífico. O método mais específico para a identificação do vírus é o RT-PCR, que procura partículas do vírus no nosso corpo.

Tratamento

Não existe tratamento específico até o momento. Por isso, nos casos positivos ou suspeitos, recomenda-se repouso em isolamento, hidratação e uso de medicamentos para alívio dos sintomas. Pacientes com dificuldade respiratória moderada podem necessitar de ventilação mecânica e devem ser hospitalizados.

Prevenção

Evitar contato próximo com pessoas contaminadas ou que estejam com sintomas suspeitos.

Exemplos de contato próximo: beijar ou abraçar, compartilhar utensílios para comer ou beber, conversar com alguém a um metro ou menos de distância e tocar diretamente alguém.

Também é considerado - na SARS - contato próximo cuidar ou viver com alguém, ou ter contato direto com secreções respiratórias ou fluidos corporais de um paciente com SARS. O contato próximo não inclui atividades como caminhar com uma pessoa ou sentar-se brevemente em uma sala de espera ou escritório.

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