O termo tifo refere-se a uma gama de doenças infectocontagiosas, classificadas como riquetsioses, uma vez que tem como agente etiológico bactérias do gênero Rickettsias.
A maior parte destas desordens desenvolve-se em reservatórios animais, sendo transmitidas aos seres humanos pela picada de um inseto infectado ou por meio de fezes contaminadas.
Quando entram no organismo, estas bactérias multiplicam-se no interior de células endoteliais situadas em diminutos vasos sanguíneos, podendo resultar em lesões graves e, em alguns casos, irreversíveis.
Esta doença ocorre em diversas regiões do mundo, especialmente em locais com higiene e saneamento precários e com elevada aglomeração de pessoas. Dentre os diferentes tipos de tifo, os mais comuns são o tifo epidêmico ou exantêmatico e o tifo endêmico ou murino.
Tifo Epidêmico ou Exantemático
Trata-se de uma severa desordem, que tem como agente etiológico a bactéria da espécie Rickettsia prowazekii. Os humanos adquirem esse microrganismo por meio das fezes de piolhos contaminados, da espécie Pediculus humanus, que adentram o organismo do homem quando o mesmo coça o local, fazendo as fezes penetrar na pele, ou quando secas são inaladas ou entram em contato com os olhos.
Atualmente, é uma doença rara, devido ao tratamento eficiente no combate a essa bactéria e também contra a eliminação de seus vetores.
O período de incubação de varia de 7 a 14 dias e, depois de passado esse tempo, surgem as manifestações clínicas, que incluem febre, dor de cabeça e calafrios. Por conseguinte, surge febre alta, persiste e de difícil controle; dor de cabeça intensa e prostração. O quadro pode agravar-se, resultando no surgimento de delírio e estupor. Próximo ao sétimo dia depois do aparecimento dos sintomas há o surgimento de manchas rosadas, denominadas exantema maculopapular, alastram-se por todo o corpo, com exceção da face, palma das mãos e plantas dos pés. Também pode haver hemorragia nessas lesões e outras complicações, como pneumonia, trombose, vasculite, gangrena, colapso circulatório, miocardite e uremia.
Tifo Endêmico ou Murino
Este tipo de tifo é causado por dois tipos distintos de espécies de Rickettsias: R. typhi e R. mooseri. Estes agentes são transmitidos aos humanos por meio do contato com a pulga do rato, a Xenopsylla cheopis, e, acredita-se também, que pelo contato com a do gato, a Ctnocephalides felis.
A transmissão se dá quando esses insetos picam o homem, liberando fezes contaminadas com alguma das bactérias em questão. A sintomatologia é similar ao tifo epidêmico, porém mais branda e de menor duração. Também surgem erupções maculopapulares, que ficam mais concentradas no tronco e duram menos tempo.
O diagnóstico de ambos os tipos de tifo normalmente envolve o histórico e o quadro clínico apresentado pelo paciente. Alguns exames laboratoriais possibilitam o isolamento do microrganismo, ou então, a identificação de anticorpos específicos para o antígeno da bactéria. Também é importante realizar o diagnóstico diferencial.
O tratamento abrange o uso de antibióticos e suporte, para abrandar as manifestações clínicas. Nos casos mais avançados, pode ser necessário utilizar corticosteroides.
Embora existam vacinas que imunizem contra o tifo epidêmico, não são encontradas com facilidade. Com relação ao tifo endêmico, ainda não há nenhuma eficaz contra essa doença. Sendo assim, a melhor forma de prevenir o tifo é adotar medidas sanitárias e de higiene para o controle de insetos vetores que transmitem a infecção, bem como conter a proliferação descontrolada de animais reservatórios.
Fontes:
http://drauziovarella.com.br/