A tricomoníase é uma doença de caráter sexual (IST) causada pelo o protozoário Trichomonas vaginalis. Nas mulheres, a doença ataca o canal vaginal e o colo do útero se estendendo pela uretra. No homem é apresentada no pênis, porém, sua incidência sintomática maior é nas mulheres, principalmente nas que possuem fatores socioeconômicos baixos e em mulheres solteiras. Das ISTs não virais é a que mais registra ocorrência chegando a infectar 170 milhões de pessoas por ano no mundo. Nas mulheres casadas a prevalência da doença é menor, não chegando aos 14% do total de contágios.
Conteúdo deste artigo
Transmissão
Esse protozoário tem os humanos como único hospedeiro e ataca micro lesões na parte urogenital, facilitando a entrada de outros microrganismos causadores de outras doenças sexualmente transmissíveis. No caso do paciente possuir HIV, a chance do contágio aumenta em 8 vezes.
O contágio ocorre pela via sexual ou com contato com a mucosa contaminada. Alguns fatores caracterizam mais o risco de contágio, como ter vários parceiros sexuais e não utilizar preservativos durante a relação sexual. Outras ISTs também podem facilitar o desenvolvimento dessa doença.
Sintomas
Após o contágio os primeiros sintomas podem demorar vários meses para aparecer. Geralmente em homens a doença é assintomática, mas os poucos casos que ela se manifesta é apresentado infecção na uretra (uretrite) podendo ter prurido, desconforto ou dor ao urinar, além de fazer poucas quantidades e repetitivas vezes ao dia. Em poucos casos podem aparecer lesões no prepúcio e infecção na próstata. Esses sintomas são leves quando presentes. Já na mulher os sintomas são mais agressivos, podendo apresentar odores característicos, corrimento espumoso com coloração amarelo-esverdeado, dor no ato sexual, coceira, irritação na região da vulva e dor ao urinar, lesões em pontos vermelhos, inflamação na uretra e na bexiga.
Os sintomas são primeiramente notados pela própria mulher enferma. O médico ginecologista faz as observações clínicas e pede o exame laboratorial, no qual é retirada amostra do corrimento e de células do trato vaginal para uso no exame Papanicolau, que consiste em colocar a amostra em um local com uma geleia nutritiva em estufa com ambiente favorável a proliferação de vários microrganismos e ver qual deles se desenvolve com o auxílio de um microscópio. Além disso, o PCR também pode ser solicitado para avaliar a genética do agente patogênico.
Na gravidez o protozoário pode atacar a membrana transplacentária e causar parto precoce, peso baixo do bebê ao nascer, inflamação do endométrio após o parto e pode causar a morte do recém-nascido.
Em cerca de 20% dos casos diagnosticados em mulheres possuíam sequelas dificultando ou evitando a fertilização. O organismo produz um resposta inflamatória ao reagir ao ataque na parte urogenital. Essa reação acaba por danificar as tubas uterinas, bloqueando o canal que serve de passagem para o óvulo.
Tratamento
O tratamento consiste em antibióticos e medicamentos que ataquem os protozoários, vale destacar que ao tratar a mulher o parceiro dela deve ser tratado juntamente, pois quando não tratados ambos a infecção pode voltar algum tempo após o desaparecimento dos sintomas, mesmo que o parceiro não tenha o diagnóstico da doença. Em caso de gravidez o médico deve ser avisado para avaliar se o medicamento pode prejudicar o feto.
Prevenção
O melhor a ser feito ao combate à doença é a prevenção, sendo indicado o uso de preservativos nas relações sexuais, principalmente quando não possui um parceiro fixo.
Referencias:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442004000300005
https://www.h9j.com.br/suasaude/paginas/J%C3%A1-ouviu-falar-em-Tricomon%C3%ADase.aspx
https://www.gineco.com.br/saude-feminina/doencas-femininas/tricomoniase/#sintomas
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/tricomoniase/