Zoonoses

Doutorado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal (UFF, 2010)
Mestrado em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal (UFF, 2006)
Graduação em Medicina Veterinária (UFF, 2005)

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As zoonoses são doenças transmissíveis entre os animais e o homem e vice versa, sendo uma importante ameaça à saúde pública, pois o contato entre homens e animais é frequente, seja por meio de animais de companhia ou por meio do consumo de animais de produção.

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Raiva

A raiva é uma das zoonoses mais importantes para a saúde pública, por ser letal e transmissível entre mamíferos. Para o controle da raiva e de outras zoonoses existem os Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) do Ministério da Saúde (MS), que atuam no recolhimento, vacinação e a eutanásia de cães, com vistas ao controle da raiva. Além dos CCZ existem unidades de zoonoses integradas ao Sistema Único de Saúde (SUS), conhecidas como Unidades de Vigilância de Zoonoses (UVZ). Em 2016 o MS lançou o Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses: normas técnicas e operacionais (BRASIL, 2016). De acordo com esse manual, as zoonoses de relevância para a saúde pública são raiva, leishmanioses, e outras doenças de transmissão vetorial, que podem ser divididas três grupos: zoonoses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde (MS), zoonoses de relevância regional ou local e zoonoses emergentes ou reemergentes.

A Raiva é uma doença infecciosa aguda, provocada por um vírus causando no paciente um quadro neurológico grave que evolui para óbito em poucos dias. Ela possui dois ciclos de transmissão: o urbano, sendo os principais reservatórios cães e gatos, e o silvestre, que ocorre principalmente entre morcegos, macacos e raposas. A transmissão da raiva ocorre, principalmente, pela mordedura do animal infectado que possui o vírus em sua saliva e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura. Como a letalidade da raiva é de 100%, essa doença é de suma importância para a saúde pública, sendo a vacinação antirrábica de cães e gatos a principal. Se uma pessoa for mordida por um cão, por exemplo, ela deve limpar a ferida com água e sabão e, imediatamente, buscar assistência médica. Caso seja necessário será aplicada vacina e soro antirrábico (esquema de pós-exposição). O animal deve ficar em observação por pelo menos 10 dias para observar se aparece algum sintoma da doença (BRASIL, 2009).

Leishmaniose

Há dois tipos de leishmaniose: visceral e tegumentar americana. As duas são causadas pelo protozoário do gênero Leishmania e são transmitidas por picada de insetos flebotomíneos, conhecidos como mosquito palha. A primeira é crônica, sistêmica, causando febre de longa duração, perda de peso, anemia, entre outros sintomas e se não for tratada pode ocasionar a morte. O cão é o principal reservatório e fonte de infecção no meio urbano e, além da febre e apatia, ele apresenta descamação e úlceras na pele, geralmente no focinho, orelhas e extremidades. A leishmaniose tegumentar americana afeta pele e mucosas podendo causar sérias deformidades nos pacientes, mas não é contagiosa. Ela já foi considerada uma zoonose de animais silvestres, que acometia ocasionalmente pessoas em contato com florestas.

Outras zoonoses

As zoonoses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do MS são: peste, leptospirose, hantavirose, doença de Chagas, febre amarela, febre maculosa brasileira, febre de chikungunya e febre do Nilo Ocidental. As zoonoses de relevância regional ou local são: toxoplasmose, esporotricose, ancilostomíase, toxocaríase (larva migrans), histoplasmose, criptococose, complexo equinococose – hidatidose, entre outras. As zoonoses emergentes ou reemergentes são, respectivamente, doenças novas (exóticas) e aquelas que voltaram a aparecer após certo período ou que possuem risco de aumento no futuro próximo.

De acordo com Kimura (2002) apesar dos programas de controle, a incidência de zoonoses permanece alta em todos os países em desenvolvimento. Portanto, é necessária a adoção de medidas capazes de prevenir, controlar ou erradicar essas doenças.

Referências bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses : normas técnicas e operacionais [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 121 p. Disponível em <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/julho/08/manual-zoonoses-normas-2v-7julho16-site.pdf>. Acesso em 18 de março de 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em saúde: zoonoses / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 228 p. : il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica ; n. 22). Disponível em <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad22.pdf>. Acesso em 20 março 2017.

KIMURA L. M. S. Principais zoonoses. 2002. Disponível em <http://books.scielo.org/id/sfwtj/pdf/andrade-9788575413869-26.pdf>. Acesso em 20 março 2017.

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