Arquitetura sustentável

Por Júlia de Almeida Costa Montesanti

Mestre em Ecologia e Evolução (Unifesp, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (Unifesp, 2013)

Categorias: Arquitetura, Desenvolvimento Sustentável
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Diante dos evidentes impactos negativos da ação humana na natureza, a preocupação com o desenvolvimento sustentável tem se tornado cada vez mais frequente. O desenvolvimento sustentável consiste em, basicamente, atender as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Para isso, é necessário reconhecer que os recursos naturais são finitos e conciliar o desenvolvimento econômico-social e ambiental

Na arquitetura, o desenvolvimento sustentável se traduz em procurar minimizar os recursos utilizados na construção, uso e operação de uma edificação, bem como em reduzir ao máximo os impactos causados ao meio ambiente e à saúde humana através da emissão, poluição e desperdício de seus componentes. Este conceito de arquitetura em conformidade com princípios ecologicamente corretos é chamado de arquitetura sustentável ou arquitetura verde.

Entre os diversos elementos que devem ser considerados num projeto de arquitetura sustentável podemos citar desde a escolha do local da obra e da orientação do edifício, passando pela seleção de materiais utilizados na construção, até a implantação de sistemas de reaproveitamento de água e otimização do uso de energia.

Pré-construção

A preservação de áreas naturais bem como a proximidade de serviços básicos — o que diminui a necessidade do uso de automóveis, por exemplo — são fatores importantes a serem considerados durante o processo de escolha do local para uma construção sustentável. Também é importante se atentar à escolha da orientação de uma construção, pois ela afeta diretamente o acesso à luz solar, o sombreamento e a ventilação, o que pode diminuir a necessidade de grande quantidade de energia para iluminação e condicionamento climático, por exemplo.

Escolha do material

Com relação ao consumo de energia, a escolha do material também é um fator importante. Materiais transparentes, por exemplo, podem ser selecionados visando admitir mais luz em ambientes internos. Ainda com relação aos materiais, na arquitetura sustentável devem ser priorizados aqueles que são fabricados de forma ambientalmente limpa, a partir de matérias-primas naturais ou disponíveis em abundância, bem como aqueles reciclados e reutilizados.

Otimização do uso de energia

Além da preocupação com a orientação da construção e com a escolha de materiais, já mencionadas acima, outra forma de reduzir o consumo energético é a instalação de painéis fotovoltaicos (que convertem a energia solar em energia elétrica) ou de sistemas de aquecimento solar.

A instalação de painéis fotovoltaicos é uma das práticas que podem ser adotadas em uma construção sustentável. Foto: Diyana Dimitrova / Shutterstock.com

Reaproveitamento de água

Um projeto de construção sustentável também deve considerar o reaproveitamento de água. Para isso, podem ser implantados sistemas de captação, tratamento e reuso de água da chuva e também da chamada água cinza ou de reuso (aquela proveniente do chuveiro e da máquina de lavar). As águas pluviais ou de reuso podem ser utilizadas para uso sanitário, lavar pisos, quintais, carros, regar plantas etc.

Certificação ambiental

A qualidade ambiental de uma construção pode ser avaliada por meio de certificações ambientais, que se baseiam na atribuição de pontos às várias práticas sustentáveis adotadas durante a obra. No Brasil, as certificações ambientais mais utilizadas são a LEED e a Aqua, emitidas pelo United States Green Building Concil e Fundação Vanzolini, respectivamente.

Referências:

Ragheb et al. Green Architecture: A Concept of Sustainability. Procedia - Social and Behavioral Sciences. 2016.

Construções Sustentáveis. Ministério do Meio Ambiente. Acesso em: 09/2018.

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