A exposição ambiental ao metal pesado chumbo aumentou consideravelmente após o processo de industrialização e o aumento da mineração. Hoje trata-se de uma exposição maior que de outros elementos da natureza. Globalmente, calcula-se que cerca de 300 milhões de toneladas de chumbo já foram expostas no meio ambiente durante os últimos cinco milênios, especialmente nos últimos 500 anos. Após o advento do automobilismo, no início do século XX, aumentou-se bastante a exposição de chumbo devido ao seu uso junto com o petróleo (PAOLIELLO, 2001).
O consumo de chumbo aumentou significativamente nos países em desenvolvimento, sobretudo entre 1979 e 1990. Atualmente, a contaminação de chumbo nas águas, solo e ar continua significativa, e cresce cada vez mais. Calcula-se que a concentração de chumbo no sangue poderia chegar até 500 vezes menos nos seres humanos da era pré-industrial.
A preocupação com o meio-ambiente e, em especial, com a água, tem crescido na última década. Cada vez mais os órgãos reguladores procuram tornar os limites de tolerância mais rigorosos. O chumbo é um dos principais contaminantes dos mananciais, fruto do processo de industrialização das grandes metrópoles.
O chumbo pode ser encontrado na água potável através da corrosão de encanamentos de chumbo. Isto é comum quando a água é ligeiramente ácida. Este é um dos motivos para os sistemas de tratamento de águas públicas ajustarem o pH das águas para uso doméstico. O chumbo não apresenta nenhuma função essencial conhecida no corpo humano. É extremamente danoso quando absorvido pelo organismo através da comida, ar ou água.
No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CNMA) estabelece concentrações máximas de 0,03 mg/L para águas classificadas doce e de 0,01 mg/L para salina e salobra. As atividades de mineração e fundição de chumbo primário (do minério) e secundário (recuperação de sucatas ou baterias) constituem as principais fontes emissoras. O metal é depositado nos lagos, rios e oceanos, proveniente da atmosfera ou do escoamento superficial do solo.
O chumbo pode causar vários efeitos indesejáveis, tais como: perturbação da biossíntese da hemoglobina e anemia; aumento da pressão sanguínea; danos aos rins; abortos; alterações no sistema nervoso; danos ao cérebro; diminuição da fertilidade do homem através de danos ao esperma; diminuição da aprendizagem em crianças; modificações no comportamento das crianças, como agressão, impulsividade e hipersensibilidade. O chumbo pode atingir o feto através da placenta da mãe, podendo causar sérios danos ao sistema nervoso e ao cérebro da criança (BONIOLO, 2010).
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Referências:
PAOLIELLO, Monica Maria Bastos. Ecotoxicologia do chumbo e seus compostos/ Monica M. B. Paoliello, Alice A. M. Chasin. – Salvador: CRA, 2001.
http://www.icz.org.br/chumbo.
BONIOLO, M. R.; YAMAURA, M.; MONTEIRO, R. A. Biomassa residual para a remoção de íons uranilo. Química Nova, v. 33, n. 3, p. 547 – 551, 2010.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/contaminacao-ambiental-por-chumbo/