Controle biológico é uma área retrata que todas as espécies de plantas e animais têm inimigos naturais, os quais atacam vários estágios de vida de seus alvos. Dentre os inimigos naturais existem grupos bastante diversificados como insetos, vírus, fungos, bactérias, aranhas, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
O termo “Controle Biológico” foi mencionado pela primeira vez em 1919 por H.S. Smith para referenciar o uso de inimigos naturais no controle de insetos-praga em cultivos. Em seguida esse termo passou a ser utilizado para todas as formas de controles alternativos aos produtos químicos, que envolvessem organismos vivos.
O controle biológico é um fenômeno natural, o qual consiste no controle do número de plantas e animais pelos seus inimigos naturais ou introduzidos. Podendo ser útil para o controle de patógenos, pragas e “ervas daninhas”. Para isto, envolve o mecanismo de densidade recíproca, onde uma população é controlada por outra população, isto é, um inseto praga é sempre controlado por outro inseto, que por sua vez é predador do inseto praga e assim mantem o equilíbrio natural do ambiente, onde se uma das populações aumenta simultaneamente a outra também irá aumentar.
Os controladores biológicos pode ser definidos de três maneiras:
- Parasitoides: São seres vivos que parasitam outros seres impossibilitando-os chegar à fase reprodutiva. O parasitoide passa um período em desenvolvimento internamente ou externamente em um único hospedeiro, que no final do ciclo o mata.
- Predadores: Durante todo seu ciclo de vida ou parcialmente são organismo de vida livre que buscam ativamente e matam suas presas. Normalmente são maiores que suas presa e precisam de mais do que uma presa para completar seu ciclo de vida. Ex: Marimbondos e Gaviões.
- Patógenos: Os agentes patogênicos são organismos microscópicos que podem se multiplicar no organismo do seu hospedeiro, podendo causar infecções e outras complicações.
Existem quatro tipos de controle biológico:
- Controle Biológico Artificial: interferência artificial de forma que ocorre aumento de seres predadores, parasitoides ou patogênicos, sendo eles seres vivos mais atuantes no controle biológico natural como insetos, fungos, vírus, bactérias, nematoides e ácaros.
- Controle Biológico Clássico: introdução por meio de importação e colonização de predadores ou parasitoides, focando ao controle de pragas exóticas, ocasionalmente nativos. A liberação é realizada com um número reduzido de indivíduos por algumas vezes no local, como uma medida de controle a longo prazo, pois a população dos inimigos naturais tende a aumentar com o passar do tempo e, portanto, somente se aplica a culturas especificas como semiperenes ou perenes.
- Controle Biológico Natural: refere-se a populações de inimigos naturais que ocorrem naturalmente no local, responsáveis pela mortalidade natural no agroecossistema e, consequentemente, pela manutenção de um nível de equilíbrio das pragas.
- Controle Biológico Aplicado: trata-se de liberações em massa de predadores ou parasitoides, após criação laboratorial de larga escala. Esse tipo de controle biológico é bem aceito pelo mercado, pois tem um tipo de ação rápida, muito semelhante à de inseticidas convencionais.
A procura pelos programas de controle biológico de pragas tem crescido consideravelmente no mundo em função do novas diretrizes internacionais de produção agrícola de favorecer a conservação e o uso sustentável dos recursos biológicos, medida básica para Convenção da Biodiversidade. O mercado internacional e nacional demandam fortemente alternativas para o Controle Químico (agrotóxicos), e a utilização de inimigos naturais é uma alternativa promissora.
O Brasil utiliza por ano, cerca de 260 mil toneladas de agrotóxicos nas lavouras, onde o consumo de pesticidas aumentou 60% na última década. O controle biológico parece ser uma alternativa não apenas ecologicamente correta, mas também economicamente viável.
Referencias:
Prezoto, F.; Cortes, S. A. O.; Melo, A. C.. Vespas: de vilãs a parceiras. Ciência Hoje, v. 48, p. 70-73, 2008.
Bueno, V. H. P.; van Lenteren, J. C.. Controle biologico de pragas em cultivos protegidos. Ciência & Ambiente, v. 43, p. 211-230, 2011.
http://sitebiologico.blogspot.com.br/2007/10/controle-biolgico.html