Controle de formigas domésticas

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR, 2019)
Bacharel em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2015)

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As formigas são insetos sociáveis que podem desenvolver colônias de centenas de milhões de indivíduos. Quando esses formigueiros se desenvolvem nas áreas urbanas, podendo ocorrer até mesmo no interior das paredes de casas e edifícios, se faz necessário o uso de metodologias de controle para reduzir danos estruturais ou a perda de alimentos causados pelas formigas.

As espécies domésticas de formigas costumam se instalar em locais úmidos e protegidos de calor, onde tenham acesso a fontes de água e alimento, como restos de comida e doces. Em casas, elas costumam ocorrer em cozinhas e despensas. Apesar de serem consideradas um estorvo devido ao dano que causam quando são vistas próximas a comida, elas podem causar problemas muito maiores nos locais em que não conseguimos enxergar, como o interior de móveis e paredes. Com o continuo crescimento da colônia, elas podem expandir sua busca por espaço criando danos estruturais nas fundações das casas que podem causar prejuízos graves.

As formigas domésticas procuram criar suas colônias em locais fechados, úmidos e próximos à fontes de alimentos. Foto: KhunNing / Shutterstock.com

Como colônia, estes insetos possuem uma imensa capacidade de adaptação, fazendo com que sua erradicação total seja muito difícil. Portanto, as iniciativas de controle empregadas têm como objetivo reduzir a população de formigas, mantendo-as em uma quantidade reduzida para minimizar os danos que elas possam vir a causar. O manejo desta praga urbana costuma ter métodos de ação que geram soluções temporárias e que precisam ser refeitos ao longo do tempo. Um exemplo disso são as práticas de fumigação realizadas por empresas de dedetização, que possuem validade de seis a doze meses de efetividade. Essas datas estão relacionadas tanto ao tempo de ação dos compostos químicos utilizados, quanto ao crescimento previsto da população de formigas.

Outra técnica de controle químico de formigas é o uso de iscas. Segundo este método, são colocados nos locais de visitação comum das formigas uma série de pellets de algum agente tóxico, o qual as formigas irão carregar para o formigueiro como comida. Diversos deles causam morte dos indivíduos que entrarem em contato com os pellets, o que deve reduzir significativamente a população local.

Armadilha com veneno dentro, para controle de formigas domésticas. Foto: Svineyard / Shutterstock.com

Técnicas de controle mais sustentáveis e que evitam o uso de substâncias químicas também podem ser empregadas para o controle de formigas domésticas. Nas casas onde há quintal, é possível fazer o plantio de espécies vegetais consideradas atraentes o mais longe possível da casa. Algumas plantas que parecem atrair algumas espécies de formigas são a mandioca, o gergelim e o feijão de porco. Por outro lado, existem plantas que tem efeito repelente, as quais devem ser plantadas em canteiros próximos da residência ou mantidas em vasos dentro de casa. Alguns exemplos seriam a salsa, a hortelã e a cenoura.

Em casos extremos, em que a infestação causa danos estruturais severos e o tamanho da colônia é expressivo, existe a possibilidade de se empregar táticas de controle físico, como a remoção de ninhos ou uso de enxertos, como cimento líquido, para reduzir a população de formigas através da diminuição da disponibilidade de espaço físico, forçando-as a migrar.

É importante ressaltar que cada caso é singular, devendo ser avaliado a dimensão e o melhor método de controle. Visitas ocasionais de formigas a restos de comida não simbolizam uma infestação intensa e talvez aprender a conviver com elas seja o mais ecologicamente recomendado. Em outras situações, quando há perda de comida armazenada ou aparecimento de buracos pela parede, a busca por profissionais capacitados é a melhor escolha, devendo-se evitar receitas caseiras de formicidas que podem conter substâncias químicas nocivas.

Referências:

de Oliveira, M.F. and Campos-Farinha, A.D.C., 2005. Formigas urbanas do município de Maringá, PR, e suas implicações. Arq. Inst. Biol., São Paulo72(1), pp.33-39.

do Carmo, J.B.M. and Vieira, A.C.D.M., 2016. Plantas com Atividade Inseticida para Uso em Cultivo Orgânico e Agroecológico.

Greenberg, L., Rust, M.K., Klotz, J.H., Haver, D., Kabashima, J.N., Bondarenko, S. and Gan, J., 2010. Impact of ant control technologies on insecticide runoff and efficacy. Pest management science66(9), pp.980-987.

Arquivado em: Ecologia
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