Nos ecossistemas existem centenas de espécies que interagem entre si, com outras espécies e com o meio onde vivem. Essas interações se dão pela busca de alimentos, abrigo, reprodução, entre outros. Nesses ambientes naturais o crescimento populacional e a disponibilidade de recursos tende a se equilibrar mantendo o tamanho populacional constante. No entanto, algumas interferências que causem a mortalidade elevada dentro de uma espécie, de origem natural ou produzida pelo homem, gera um desequilíbrio nessas intricadas relações estabelecidas entre as espécies podendo aumentar ou diminuir muito o número de indivíduos de uma espécie e afetar outras espécies consequentemente nas cadeias alimentares.
Uma das causas de desequilíbrio ambiental é a poluição. Trata-se do acréscimo ao ambiente de produtos que ameacem a saúde ou a sobrevivência de seres humanos ou de outros organismos.
Um exemplo de desequilíbrio na cadeia alimentar é a introdução da agricultura em determinada região. Para plantar as espécies de interesse, retira-se a vegetação natural do local. Com isso, insetos e outros animais presentes acabam morrendo ou fugindo para outros locais. Instala-se uma monocultura e com isso reduz-se drasticamente a biodiversidade local, somente os insetos ou aves que se alimentam da planta cultivada permanecem. Como se reduziu a biodiversidade reduz-se o número de predadores e os insetos, sem tanta competição por alimento e sem predadores acabam reproduzindo-se e aumentando rapidamente em quantidade, afetando a produção agrícola pois consomem partes das plantas, alterando seu desenvolvimento.
Para controlar esses insetos que passam a ter o status de “praga”, o homem desenvolveu inseticidas que atuam no sistema nervoso do inseto e diminuem drasticamente a quantidade de pragas. No entanto, os resíduos de agroquímicos permanecem no solo, na planta e podem através da chuva chegar a lagos ou rios. Assim, mais um desequilíbrio se estabelece com a contaminação por inseticidas que pode matar espécies de outros ecossistemas e contaminar o homem, comprometendo sua saúde.
A poluição da água é outro exemplo de desequilíbrio ambiental que corre quando há introdução de substâncias físicas, químicas ou biológicas que atuam degradando a qualidade da água e afetam os seres vivos, alterando as cadeias alimentares (VALLE, 2002). As principais fontes poluidoras de água são: os esgotos industriais, esgotos domésticos, pesticidas agrícolas, resíduos de mineração, entre outros.
Como nos ecossistemas aquáticos como lagos, rios, mares e oceanos existe grande diversidade de animais vertebrados e invertebrados, plantas aquáticas, algas e outros seres vivos que estão adaptados as condições climáticas dessas águas qualquer alteração no pH, salinidade, turbidez da água pode causar mortalidade de espécies mais sensíveis e um efeito cascata nas cadeias alimentares. Se a contaminação continua por tempo prolongado ou é muito forte, o desequilíbrio pode ser irreversível e leva a degradação permanente do ecossistema.
Por isso, existem órgãos federais, estaduais e até municipais que atuam controlando e fiscalizando a atuação de empresas e indústrias em ambientes urbanos e também rurais, como exemplo a CETESB. Os cidadãos comuns devem evitar contaminações do solo, do ar e da água e denunciar casos em que a ação humana leve a desequilíbrios ambientais nos ecossistemas, denunciando as irregularidades aos órgãos responsáveis.
Referência:
VALLE, C. E. do. Qualidade Ambiental: ISO 14001. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2002.