Ecovila

Por Júlia de Almeida Costa Montesanti

Mestre em Ecologia e Evolução (Unifesp, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (Unifesp, 2013)

Categorias: Ecologia, Movimentos Culturais, Sociedade
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Em resposta aos crescentes impactos das atividades humanas sobre o ambiente, a adoção de práticas sustentáveis nos mais diversos setores de atividades humanas é cada vez mais urgente. Em particular, o setor da construção civil — o qual está entre os que mais consomem recursos naturais, utilizam energia de forma intensiva e geram resíduos sólidos — tem um papel fundamental para que sejam alcançados os objetivos globais de desenvolvimento sustentável.

Neste contexto, as ecovilas surgem como uma alternativa aos padrões insustentáveis das sociedades modernas e figuram entre 100 melhores práticas de desenvolvimento sustentável segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Este conceito de comunidade sustentável foi difundido internacionalmente pela primeira vez em 1991.

Ecovilas são assentamentos humanos projetados através de processos participativos locais a fim de garantir a sustentabilidade a longo prazo. São muito diversificadas, podendo ser rurais ou urbanas, tradicionais ou intencionais, mas têm em comum estilos de vida de alta qualidade e que geram baixo impacto no meio ambiente. Além disso, as ecovilas têm como premissa adotar processos que resgatem não só a condição ambiental local, mas também a cultura.

Assim, mais do que simplesmente um conjunto de equipamentos e estratégias sustentáveis, as ecovilas também se caracterizam pelas relações interpessoais mais cooperativas e solidárias e pela sua autonomia em diversos aspectos. Entre as práticas realizadas nas ecovilas podemos citar: agricultura orgânica e local; produção de energia a partir de fontes renováveis; substituição, sempre que possível, dos meios de transporte individuais e poluentes pelos não poluentes ou coletivos; tratamento de rejeitos; utilização de material de baixo impacto ambiental em construções; organização de esquemas de apoio social e familiar; governança circular; economia solidária; cooperativismo; abordagem transdisciplinar holística na educação; sistema de saúde integral e preventivo; entre muitas outras.

Em 1995, em um encontro de comunidades sustentáveis foi criada a Rede Global de Ecovilas (GEN, da sigla em inglês), o que gerou mais visibilidade para o movimento global de ecovilas. Hoje a rede conta com mais de 10.000 comunidades espalhadas por todo mundo, incluindo o Brasil.

Referências:

About Ecovillages. Global Ecovillage Networks. Acesso em: 09/2018

Capello, G. Meio Ambiente & Ecovilas. Editora Senac. 2017.

Figueiredo, L. Arquitetura da paz. Scortecci. 2017.

Oliveira, M. C. & Pasqualetto, A. Ecovila Santa Branca: alternativa sustentável de moradia

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