É considerada espécie exótica aquela que é encontrada fora do seu ambiente natural. Embora as invasões possam acontecer de forma natural, desde o século XVI, com as colonizações europeias, a introdução de espécies exóticas passou a ser comum por humanos. Quando uma espécie exótica prolifera descontroladamente e se torna potencial ameaça a outras espécies e ao ecossistema, chamamos essas espécies de invasoras.
Uma espécie invasora é caracterizada por se reproduzir rapidamente, ter boa capacidade de dispersão e ser resistente às mudanças ambientais, lidando bem em uma diversidade de ambiente e com estresse ambiental. Podemos ter espécie invasoras que são naturais no país, mas de um bioma diferente daquele em que está invadindo.
Estas espécies geralmente são muito adaptáveis e competitivas, homogeneizando e empobrecendo os ecossistemas, com a extinção de espécies nativas. Além de se tornarem espécies dominantes, elas podem causar prejuízos nas colheitas, favorecer a propagação de pragas e doenças, perturbar os ciclos biológicos, químicos, climáticos, degradar solos, pastagens e florestas. As espécies invasoras são uma das maiores ameaças à biodiversidade no planeta, levando muitas espécies à extinção. Um agravante é o fato de não terem predadores naturais para o controle de suas populações.
Estima-se que 480 mil espécies tenham sido introduzidas fora do seu local de origem, pelo mundo. Ambientes mais frágeis, com maior fragmentação, ou isolados, como as ilhas, são os que mais sofrem impacto com a invasão de espécies exóticas. Alguns estudos relatam a dizimação de populações inteiras, pela introdução de alguma exótica.
Até hoje, plantas exóticas são levadas de um lugar para outro, com fins de paisagismo, agricultura e horticultura.
No Brasil, podemos citar algumas espécies invasoras, bem comuns:
- Abelha africana (Apis mellifera) foi introduzida no Brasil para pesquisa científica, mas perderam o controle e ela se espalhou por toda América do Sul. Traz problemas por serem animais que atacam e sua picada causa dor e alergias em muitas pessoas, além de ser uma competidora com as espécies nativas.
- Ratos asiáticos como o Rattus norvegiccus e Rattus rattus que são originários da Ásia e hoje estão presentes no mundo todo, causando danos a humanos, com disseminação de doenças e prejuízos econômicos.
- Capim gordura (Melinis minutiflora) foi introduzido no país como planta forrageira nos pastos, pois crescem rápido. Porém, se transformou em uma espécie invasora em vários locais, como por exemplo, no bioma cerrado. Ele compete com plantas herbáceas nativas e crescem mais rápido, impedindo que a luminosidade chegue às plantas nativas. Outro dano é que ele aumenta a temperatura dos incêndios, destruindo o banco de sementes que há no solo.
- Gênero Pinus originárias das regiões frias do Hemisfério Norte e Eucalyptus, nativo da Oceania, foram introduzidas em outras partes do mundo, para o uso de sua madeira e produção de celulose, uma vez que são plantas que crescem rápido. Suas folhas quando caem produzem substâncias que impedem o crescimento de outras plantas por perto, fenômeno que chamamos de alelopatia.
- Pombo doméstico (Columba livia) tem registros fósseis na Europa e na Ásia há milhares de anos, mas hoje existe em todo o mundo, sendo praga na maior parte dele. É um animal que se reproduz rápido e em qualquer época do ano e não tem predador natural, provocando desequilíbrio populacional. Além de competir com outras espécies, dissemina doenças e destrói monumentos com suas fezes.
É interessante citar que cães e gatos só perdem para os ratos entre os mamíferos predadores invasores que causam maior ameaça às espécies silvestres nativas. Muitas áreas protegidas sofrem com a predação desses animais às espécies ameaçadas de extinção, tendo registros de serem responsáveis por extinções em alguns locais do mundo.
Regiões portuárias possuem um papel nas dispersões de espécies exóticas, seja com o transporte acidental em navios na parte superior, como pelos cascos e pela água de lastro.
O controle de espécies exóticas depende de ações de prevenção, erradicação e monitoramento. Mas essas ações exigem o envolvimento e a integração de esforços entre diferentes órgãos dos governos federal, estadual e municipal, academia, setor empresarial e organizações não-governamentais.
Referências:
http://planet.botany.uwc.ac.za/nisl/Invasives/Assignment1/ColauttiandMacIsaac.pdf
Piratelli, A. J. e Francisco, M. R. Conservação da Biodiversidade dos Conceitos às Ações; Technical Books editora, 1° edição, 2013
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie_invasora
http://www.mma.gov.br/biodiversidade/conservacao-de-especies/especies-exoticas-invasoras.html