Estresse ambiental pode ser compreendido como qualquer ação que perturbe o ambiente, causando algum distúrbio, que resulte em alterações químicas, físicas e biológicas do meio.
A flora e fauna de um determinado local dependem de um clima característico (regime de chuvas, temperatura, luz, vento, etc) e de um solo específico (textura, nível de nutrientes, topografia, disponibilidade de oxigênio, retenção de água, etc). Alterações nestes fatores podem advir de causas naturais, como incêndios, tempestades, vulcões, furacões, etc; e podem vim a partir de ações humanas. Essas tem sido a principal causa de perturbações na natureza, levando a distúrbios como poluição de um curso d’água, poluição do ar, mudanças climáticas (que alteram o regime de chuvas, umidade, vento, luminosidade, etc.), introdução de espécies exóticas, erosão do solo, esgotamento e/ou compactação do solo, que consequentemente geram alterações nos ecossistemas, fragmentação e destruição de habitat, etc.
Principais atividades que podem degradar o ambiente: agricultura, pecuária, exploração de madeira de recursos naturais, exploração do petróleo, queimadas, construções de estradas, construções civis, urbanização, navegação, etc.
O desmatamento é a causa mais grave de ameaça às espécies, em todo o planeta. A fragmentação de habitat ameaça a existência de espécies, seja com alterações dos fatores físicos, químicos e biológicos, como atrapalhando a própria dispersão e colonização das mesmas. Consequentemente, haverá implicação em todo o ecossistema, com a perda de biodiversidade e de serviços ecossistêmicos. Um outro fator, pode ser a desertificação, por esgotamento do solo, que leva à erosão e perda de capacidade de retenção de água. A região semiárida do nordeste e o sul do país são as que mais sofrem com a desertificação, através da presença de criação de animais acima da capacidade suporte para aquele meio, na pecuária.
O segundo fator mais impactante para a extinção de espécies é a superexploração dos recursos naturais. Isso acontece desde que as civilizações se estabeleceram e passaram a crescer, mesmo antes da Revolução Industrial, quando o homem utilizava penas e pelos de animais nas suas vestes, na captura de animais silvestres para colecionadores, ou mesmo na exploração de madeira, como do pau Brasil na idade colonial. A extinção de espécies causa impacto para todo o ecossistema, provocando desequilíbrios ecológicos.
Estresse mais sutil, que não altera a paisagem de imediato, mas a longo prazo tem consequências: canoagem em áreas de recife de corais, uma vez que espécies frágeis são agredidas pelos meios de transporte. A poluição ambiental é uma das mais sutis, já que acontece o tempo todo e não temos efeitos imediato, como por exemplo, a liberação de pesticida (agrotóxicos, herbicidas, inseticidas, etc.) no solo, nas águas, produtos químicos, emissão de poluentes por fábricas, automóveis e embarcações, erosão das encostas, esgoto industrial e doméstico, excesso de lixo, entre outros. Os pesticidas, além de matar de imediato alguns animais contaminados, podem se acumular em organismos, ao longo da cadeia alimentar, levando a danos, a longo prazo, até mesmo a nós humanos.
A poluição de lagos, rios e mares é feita através do despejo de esgoto e lixo, que vem contaminados com pesticidas, dejetos, metais pesados, derramamento de óleo, lixos industriais e domésticos, detergentes, etc. Grande parte da proteína da alimentação humana vem do meio aquático e a água poluída causa danos não apenas às comunidades aquáticas, como para nós humanos, com o fim da água potável, diminuição da fonte de alimento e com doenças através de animais contaminados.
O estresse ambiental pode ser localizado, o que torna mais fácil a atuação para restabelecimento e mitigação, ou sistêmico, como nas águas, ar e no solo, podendo ter alcance inestimável, causando efeitos diversos e grave. É o caso do aquecimento global, por exemplo, que atinge as espécies de distribuição limitada, com pouca capacidade de dispersão, o que levará ao declínio e extinção de muitas populações.
É importante que busquemos meios para causar o menor impacto possível ao que resta na natureza, começando pela educação e desenvolvimento de consciência ecológica nas populações humanas.
Referências:
PRIMACK, Richard; RODRIGUES, Efraim. Biologia da Conservação. Londrina: E. Rodrigues, 2001.
Monteiro, J. A.; Estresse Ambiental: Considerações Econômicas. EMBRAPA, Minas Gerais, 1995.