O fim dos carros à combustão configura-se como um esforço de diversos países no sentido de eliminar as emissões de carbono até 2035. Isto ocasionaria o final da era dos motores que funcionam por meio de combustão interna e da própria utilização do carbono, prevista para 2050.
Desta forma, a partir de um plano de eliminação gradual de veículos que funcionam por combustíveis fósseis, pretende-se cessar a fabricação, venda e utilização de automóveis à base de gasolina, querosene, óleo ou diesel. Esta medida é uma parte referente ao plano de descarbonização em escala mundial, que busca desativar usinas que produzem os combustíveis fósseis. Assim, seriam propostos novos tipos de matrizes energéticas adequadas a uma nova visão ecológica.
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União Europeia (UE)
Em 2022, após decisão envolvendo ministros do meio ambiente dos 27 estados formadores da União Europeia, foi aprovada uma medida que visa o fim da comercialização de veículos providos de motores à combustão até 2035 no território europeu. Desta forma, a UE busca a redução das emissões de CO2, chegando a eliminá-las por completo a partir do ano de 2050. De acordo com o Conselho da União Europeia, as metas do plano para o fim dos carros à combustão incluem objetivos detalhados que almejam 50% da diminuição referente a vans e 55% para carros, com data prevista para 2030. A primeira proposição destas medidas ocorreu em 2021 dentro de uma estratégia para auxiliar no cumprimento dos objetivos climáticos na Europa, resultando na neutralização do uso de carbono para 2050.
Califórnia
Em paralelo ao processo europeu, a Califórnia (Estados Unidos) também optou pela proibição de carros à combustão com data prevista também para 2035. O estado norte-americano apresenta influência notável no mercado automotivo em escala global e a sua opção de alinhamento às perspectivas mundiais de neutralização do carbono impactam sobremaneira no segmento. Isso ocorre devido à retirada de veículos à combustão no território pertencente ao Estado até a data em questão, recrudescendo nas proibições dentro de uma perspectiva para o fim da utilização dos combustíveis fósseis até 2050. Em detalhe, o plano da Califórnia conta com propostas como o aumento de 35% na presença de veículos elétricos a serem vendidos no Estado até 2026, e de 68% até 2030.
Carros elétricos
A procura por carros elétricos apresentou-se como uma tendência sólida nos Estados Unidos e na Europa. De acordo com especialistas do setor, os consumidores têm optado por comprar carros elétricos em detrimento de veículos à combustão nos mercados de países desenvolvidos. Isso ocorreu devido a algumas vantagens referentes aos autos que funcionam por meio da eletricidade. De acordo com informações do Inventário de Emissões Atmosféricas, carros movidos por meio de combustão são responsáveis por mais de 70% da emissão dos gases que causam o efeito estufa. Assim, os carros elétricos tornaram-se uma opção viável e econômica, pois possuem neutralidade de carbono devido ao seu funcionamento a partir de baterias recarregáveis, trazendo para o indivíduo também o status de consumidor ecológico.
Porém, críticos à utilização dos carros elétricos indicam que o aumento e a popularização destes tipos de veículos podem gerar uma demanda alta da geração de eletricidade e, assim, sobrecarregar usinas termoelétricas de matrizes não renováveis, que por sua vez também geram poluição ao meio ambiente.
Modais ativos
Com o objetivo de ampliar as benesses que podem resultar da substituição dos carros à combustão por veículos eletrificados, existe a necessidade de ampliar os modais ativos, que consistem na utilização em paralelo de bicicletas, além do incentivo às caminhadas. De acordo com Christian Brand, pesquisador da Universidade de Oxford, uma maneira de diminuir as emissões dos veículos de maneira mais rápida é iniciar a troca dos carros pelas viagens ativas (bicicletas elétricas), que são mais baratas e saudáveis.
Brasil
Tendo em vista que no Brasil a matriz energética parte de 45% de recursos renováveis, os carros elétricos seriam uma opção ecológica viável. No país, a maior parte da energia para a produção da eletricidade necessária aos carros elétricos não demandaria grande quantidade de emissões de carbono pelas usinas de energia, pois a maior parte da eletricidade provém de usinas hidrelétricas, que utilizam a força da água dos rios, recurso ecológico e renovável, para a geração elétrica.
Fontes:
https://www.planetizen.com/news/2022/08/118475-beginning-end-internal-combustion-engine-vehicle
https://www.transportenvironment.org/discover/te-reaction-to-meps-vote-on-eu-clean-car-rules/
https://www.cnbc.com/2022/08/25/california-bans-the-sale-of-new-gas-powered-cars-by-2035.html
https://tecnoblog.net/responde/como-funciona-um-carro-eletrico/
https://www.ufrgs.br/sextante/transporte-do-futuro-e-sustentavel-eletrico-e-coletivo/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/fim-dos-carros-a-combustao/