O Greenpeace é uma das organizações não-governamentais ambientais mais conhecidas do mundo. Sediada na Holanda, mas presente em 55 países, a organização assegura que se mantém integralmente com doações de cidadãos comuns, não aceitando doação de governos, empresas e partidos políticos – a fim de garantir sua transparência, independência e liberdade. Segundo o Greenpeace, sua missão é defender o meio ambiente e promover a paz por meio de campanhas independentes que utilizam confrontos criativos.
História
Sua história começou a ser escrita em 1971, quando um grupo de ativistas partiu de Vancouver, no Canadá, rumo à Amchitka – uma pequena ilha vulcânica na costa oeste do Alasca – com a missão de impedir a realização de testes nucleares pelos Estados Unidos da América. Por se tratar de uma região com falhas geológicas, o grupo temia que testes nucleares pudessem desencadear terremotos e tsunamis devastadores. Isso sem contar os danos que poderiam ser causados à biodiversidade local.
Dois anos antes, 10 mil pessoas haviam bloqueado o maior posto de fronteira entre o Canadá e os EUA e protestado contra os testes nucleares carregando faixas que diziam “não faça onda”, em referência aos potenciais tsunamis. Os EUA realizaram os testes mesmo assim e não houve tsunamis ou terremotos, mas, em 1971, anunciaram a realização de um novo teste no local, desta vez cinco vezes mais potente. Foi então que o grupo decidiu que era preciso mais do que carregar faixas na fronteira: por que não alugar um barco e ir até o local em que seriam realizados os testes?
Eles arrecadaram o dinheiro para a missão através de um concerto de rock e fretaram um antigo barco de pesca, o Phyllis Cormack. O grupo – na época conhecido por “Comitê Não faça onda” (Don’t Make a Wave Committee) – nomeou a embarcação de Greenpeace. A escolha desse nome se deu por acaso: as palavras “green” e “peace" (paz verde) foram escolhidas para estampar um bóton que também foi vendido para arrecadar fundos para a viagem. Como não cabiam separadas, foi necessário juntá-las.
O Phillys Cormack foi interceptado pela guarda costeira americana e nunca chegou ao seu destino, mas a viagem não foi em vão: a causa ganhou visibilidade e alguns meses depois os EUA interromperam os testes na ilha, que mais tarde se tornou um santuário de aves.
Poucos anos depois, ainda nos anos 70, o Greenpeace começou a diversificar seu foco e passou a se engajar na luta contra a caça às baleias. Atualmente a organização trabalha a favor do meio ambiente especialmente nas seguintes áreas: florestas, clima, energia, oceanos, agricultura sustentável (transgênicos), agrotóxicos e desarmamento (promoção da paz).
No Brasil, a chegada da organização foi marcada por um protesto contra a usina nuclear de Angra, em 1992, mesmo ano que o país recebeu a importante conferência ambiental Eco-92. Aqui, suas principais ações se concentram na luta contra o desmatamento da Amazônia, defendendo pilares como desmatamento zero, implementação de áreas protegidas, energias limpas e regularização fundiária. Contudo, mais recentemente, ganhou destaque na mídia a atuação do Greenpeace em defesa dos até então pouco conhecidos corais da Amazônia.
Referências: