Lixo eletrônico

Por Joice Silva de Souza

Mestre em Dinâmica dos Oceanos e da Terra (UFF, 2016)
Graduada em Biologia (UNIRIO, 2014)

Categorias: Ecologia
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Equipamentos eletrônicos como celulares, tabletes e notebooks vêm sendo produzidos em ritmo acelerado nas últimas décadas, e seu descarte após um curto período de vida útil têm se tornado um grande problema para o meio ambiente.

O que é?

Lixo eletrônico, também conhecido como resíduo computacional ou e-lixo (e-waste em inglês), é o termo designado para o descarte de dispositivos que funcionam através de energia elétrica, pilhas ou baterias. Para tal, estes aparelhos apresentam em sua composição materiais como cobre, ouro, mercúrio e, em alguns casos, até mesmo gases, gerando uma problemática relacionada à forma correta de realizar seu descarte desde os anos 1970. De lá pra cá, o interesse por este assunto só aumentou, visto que a quantidade de aparelhos eletrônicos em circulação, e seu consequente descarte, têm atingido proporções cada vez maiores. Antes, o descarte de aparelhos eletrônicos era realizado quanto estes paravam de funcionar ou apresentavam defeito sem possibilidade de conserto. No entanto, nos dias atuais, a troca de aparelhos eletrônicos ocorre de forma constante, pois a produção acelerada e o lançamento de novas tecnologias tornam versões prévias, especialmente de celulares e computadores, rapidamente obsoletas. Isto, por sua vez, gera um significativo impacto ambiental, visto que os rejeitos eletrônicos levam muito tempo para ser decompostos na natureza.

Lixo eletrônico também pode ser reciclado. Foto: Africa Studio / Shutterstock.com

Tipos de lixo eletrônico

Equipamentos da área de telecomunicações como celulares, computadores e tvs são os representantes mais emblemáticos do lixo eletrônico. No entanto, estes aparelhos se distribuem por uma diversidade de categorias como: a) grandes aparelhos, que engloba refrigeradores, máquinas de lavar roupa, micro-ondas, ar-condicionado, entre outros; b) pequenos aparelhos como torradeiras, cafeteiras, secadores de cabelo e relógios; c) equipamentos de iluminação, que compreende lâmpadas tradicionais (i.e. luz amarela), fluorescentes e/ou LED; d) equipamentos de construção e manutenção de imóveis como brocas, serrotes e cortadores de grama; e) brinquedos, lazer e esportes, que engloba materiais como videogames, pistas de corrida de carrinho e bonecos à pilha ou bateria; além da já mencionada categoria de f) aparelhos de telecomunicação.

Lixo eletrônico e meio ambiente

A produção de lixo eletrônico tem aumentado cada vez mais nos últimos anos; em 2019, por exemplo, 53,6 milhões de toneladas foram produzidas no mundo, o que dá uma média de 7,3 kg de e-lixo por pessoa. Esse aumento no descarte de aparelhos, no entanto, não é acompanhado pela capacidade de reciclar estes produtos, embora esta atividade seja uma fonte de renda comum para pessoas em situação de baixa-renda. Como consequência, o acúmulo de lixo eletrônico tornou-se um sério problema ambiental, visto que estes materiais apresentam um longo tempo de decomposição na natureza. Um cartucho de tinta para impressora, por exemplo, pode levar até 400 anos para se decompor. A composição dos equipamentos eletrônicos também representa outro aspecto que causa preocupação em relação ao seu descarte. A maioria dos dispositivos eletrônicos contém elementos tóxicos como mercúrio e cádmio, os quais podem vazar no solo, ar e água, caso não sejam processados de forma correta, contaminando espécies da flora, fauna e até mesmo o ser humano, no qual a intoxicação por mercúrio, por exemplo, é responsável por causar danos ao cérebro, rins e pulmões.

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Referências:

Great Lakes Eletronics Corporation. What is e-waste? Disponível em: https://www.ewaste1.com/what-is-e-waste/

Sustainability Victoria. What is e-waste? Disponível em: https://www.sustainability.vic.gov.au/Campaigns/eWaste/What-is-ewaste

The Conversation. Global electronic waste up 21% in five years, and recycling isn’t keeping up. Disponível em: https://theconversation.com/global-electronic-waste-up-21-in-five-years-and-recycling-isnt-keeping-up-141997

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