A poluição atmosférica é um dos grandes problemas ambientais atuais. A contaminação do ar passou a ser um problema com os processos de industrialização e o surgimento e expansão dos automóveis acompanhando esse processo, os problemas de saúde de origem respiratória passaram a preocupar e as primeiras medidas de controle de emissões de gases na atmosfera começaram a ser tomadas.
A contaminação do ar pode ter origem nas chaminés das indústrias, carga e descarga de produtos voláteis, veículos automotores, atividades de mineração, construção civil, entre outros. Os poluentes tem grau de nocividade muito elevado e tem suas emissões controladas como os: óxidos de enxofre, principalmente o dióxido de enxofre (SO2) provenientes da indústria e queima de combustíveis fósseis, associados à chuva ácida.
Além dos óxidos de enxofre temos os óxidos de nitrogênio (NOx), provenientes principalmente dos veículos automotores e os hidrocarbonetos e solventes orgânicos voláteis, relacionados as atividades industriais, instalações de pintura, estações de armazenamento de combustíveis líquidos, atividades agropecuárias (metano), como criação de animais e plantações de arroz. Finalmente temos o monóxido de carbono (CO) gerado sobretudo pelos automóveis, materiais particulados como poeira e fuligem (como silicone e amianto) e chumbo, contaminante gerado a partir da queima da gasolina aditivada com chumbo tertraetila. (VALLE, 2002).
Percebe-se que são inúmeras fontes de emissão de gases e outras substâncias no ar, que, com o crescimento populacional tendem a aumentais ainda mais.
Quais as consequências do aumento nas emissões de carbono e outros gases na atmosfera?
Com o aumento da emissão desses gases na atmosfera, temos a intensificação do efeito estufa e o aumento médio da temperatura global e a mudança climática. Com isso, derretimento de geleiras, perda de plantações, aumento de catástrofes como tufões, furacões, enchentes, entre outros.
Em 1997, no Japão foi assinado o Protocolo de Kyoto, um documento em que os países industrializados se comprometeram a reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases geradores do efeito estufa.
Nessa mesma época foram criados os mercados de crédito de carbono. As empresas comprometem-se a reduzir suas emissões de gases-estufa e suas emissões são convertidas em créditos negociáveis. Se a empresa participante consegue reduzir suas emissões abaixo da meta fixada, pode vender na Bolsa de Valores seus créditos de carbono e obtém lucro. Se não consegue reduzir suas emissões precisa comprar créditos de carbono dos outros participantes (GORE, 2006).
Outro conceito que surgiu foi o de neutralização de carbono. Existe um cálculo do carbono liberado no ar com a utilização de um automóvel ou o funcionamento de uma fábrica durante um período de tempo, por exemplo. Para compensar a emissão de gases na atmosfera, pode-se plantar árvores que farão a captura de CO2 na atmosfera havendo assim, uma compensação ambiental da poluição gerada. Também existem tecnologias chamadas “limpas”, são aquelas desenvolvidas visando menor geração de gases poluentes na atmosfera.
Brown em 2009, menciona que para manter a elevação da temperatura media da Terra em somente 2 graus acima das médias pré-industriais, as emissões precisariam ser reduzidas imediatamente entre 60% e 80%. Em uma tentativa de ter esses dois graus como meta, em 2015, foi assinado o acordo de Paris onde as nações se comprometeram em adotar uma economia de baixo carbono até o fim do século XXI. No caso do Brasil, o compromisso foi de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e 37% até 2025 e de 43% até 2030. (BRASIL, 2017).
Bibliografia:
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Mudança do Clima. Disponível em: http://www.mma.gov.br/clima. Acesso em 12/02/2017.
BROWN, Lester R. Plano B 4.0: Mobilização para salvar a civilização. New Content Editora, 2009
GORE, Albert. Uma verdade inconveniente: o que devemos saber (ou fazer) sobre o aquecimento global. Barueri: Manole, 2006.
VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade Ambiental: ISO 14.000. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2002.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/neutralizacao-de-emissoes/