Pragas urbanas

Por Monik da Silveira Suçuarana

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

Categorias: Ecologia
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As pragas urbanas são animais que vivem próximos às habitações humanas, como: ratos, pombos, baratas, mosquitos, formigas, morcegos, carrapatos, entre outros. Esses animais são chamados de sinantrópicos e possuem alta capacidade de adaptação, sobrevivência e proliferação em locais onde o homem vive. São diferentes dos animais domésticos (gatos, cães, galinhas, bois, etc.), os quais são criados para o benefício do homem, servindo de companhia, para a produção de alimentos ou como meio de transporte.

Dentre os animais sinantrópicos, destacam-se os que afetam a qualidade de vida da espécie humana, por transmitirem doenças e estarem relacionados a diversas patologias. Podem também causar prejuízo econômico ao inutilizar ou destruir alimentos e danificar e sujar as residências. É importante lembrar que esses animais têm função definida na cadeia alimentar e não causam danos quando em equilíbrio na natureza, mas se transformam em pragas devido ao desequilíbrio ecológico.

O crescimento acelerado das cidades, geralmente com sistemas insuficientes de saneamento, esgotamento sanitário, distribuição de água e gerenciamento de resíduos, contribuiu para o aparecimento das pragas urbanas. Além disso, muitas vezes a população adota práticas erradas de armazenagem de alimentos e de higiene de seus locais de residência e trabalho. Assim, esses animais seguiram o homem para o ambiente urbano, atraídos pela disponibilidade de abrigo e alimentação.

Ratos são considerados uma praga urbana. Foto: PunkbarbyO / Shutterstock.com

Entre as pragas urbanas mais comuns, estão os ratos. Estes possuem hábitos noturnos, encontram seu alimento principalmente no lixo doméstico e aproveitam tudo que serve de alimento para o homem, podendo também atacar produtos armazenados. Três espécies encontram-se no ambiente urbano (Rattus norvegicus, Rattus rattus e Mus musculus). Dependendo da espécie, podem habitar tocas e galerias no subsolo, lixões, forros, sótãos, despensas, armários, etc. A leptospirose (transmitida através da urina de ratos infectados), salmonelose, sarnas e micoses são algumas das doenças transmitidas por esses animais.

Outros animais que costumam causar aversão são as baratas. Estas possuem características que facilitam a adaptação ao ambiente urbano, como: hábito onívoro, potencial reprodutivo elevado e facilidade para ocupar diferentes locais. Podem habitar desde galerias de esgoto, bueiros, caixas de gordura, até armários, gavetas e dutos de fiação elétrica. No período noturno saem de seus esconderijos em busca de alimento e deixam seus excrementos e um odor desagradável por onde passam. Possuem menor importância médica quando comparados com outros insetos, como o Aedes aegypti, pois são consideradas apenas como disseminadoras mecânicas de patógenos (bactérias, fungos, etc.), adquiridos quando transitam pelo lixo, esgoto ou outros locais contaminados. Esses patógenos são transportados para locais e utensílios usados pelo homem e podem causar doenças.

Controle das pragas urbanas

Em relação ao controle das pragas urbanas, é importante destacar que a responsabilidade é de cada um de nós. O controle integrado de pragas é o mais indicado e consiste em ações preventivas e corretivas, visando minimizar o uso de produtos químicos. As medidas preventivas são: acondicionamento correto do lixo, não jogar lixo a céu aberto, limpeza periódica do local, manter caixas de gordura bem vedadas, evitar o acúmulo de entulho, armazenar corretamente os alimentos, vedar aberturas e frestas e eliminar ou proteger fontes de água (poço, caixa-d’água, etc.), entre outras.

Não sendo possível eliminar completamente os fatores (água, abrigo, alimento e acesso) que favorecem a proliferação das pragas, estas irão ocupar o local e outras medidas deverão ser adotadas, como o uso de armadilhas (adesivas, luminosas ou convencionais). O controle químico de pragas deve ser a ultima opção, usado apenas como uma ação complementar e realizado por empresas especializadas na manipulação e aplicação de inseticidas, rodenticidas e repelentes.

Referências:

Picanço, M. C. Manejo integrado de pragas. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2010. 144p.

Silva, E. A. et al. Animais sinantrópicos: manual do educador. São Paulo: Secretaria Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo, s/d.

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