Problemas ambientais nas cidades brasileiras

Graduanda em Geografia (IFSP)
Graduada em Biologia (UNICSUL, 2018)

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Os problemas ambientais nas cidades brasileiras começam a se apresentar gravemente a partir da década de 1960. Com a modernização e mecanização ao campo, substituindo a mão de obra do trabalhador rural, ocorreu um enorme êxodo rural, com trabalhadores procurando emprego nas indústrias e gerando um aumentou vertiginoso na população dos centros urbanos por todo o país. Segundo o IBGE, mais de 80% da população brasileira vive nas áreas urbanas. Atualmente há o crescimento populacional das cidades não capitais pelo Brasil. Daí resultam os problemas socioambientais.

O crescimento populacional fez com que os centros urbanos se expandissem, necessitando de urbanização para acolher essas pessoas. Esse crescimento tomou o lugar de espaços naturais, como encostas, margens de rios, áreas da mata, mangue ou orla. O crescimento desorganizado e despreparado gerou a poluição das águas e do ar, a destruição de florestas nativas, a extinção de espécies da fauna e da flora, construções em áreas de preservação, a impermeabilidade dos solos e produção exagerada de lixo. A ação antrópica não se limita as cidades, mas outras áreas naturais são necessárias para o sustento da cidade, mesmo que não ligadas imediatamente as cidades, algumas estruturas humanas servem de apoio para cidade e destroem o ambiente a sua volta, a exemplo das hidrelétricas que inundam e mudam cursos de rios, afetando todo o meio ambiente.

Assim, o uso e apropriação indevida do espaço na e no entorno das cidades ocasiona esses problemas citados. Além disso, a pobreza nas cidades e os problemas decorrentes da concentração de atividades econômica na cidade, principalmente das indústrias, são outros dois fatores importantes para entender a questão ambiental. As disparidades sociais, aliadas a decisões e políticas públicas que desfavorecem os mais pobres, força essa grande parcela populacional a criar moradias em zonas de risco. É histórico o processo de favelização e criação de periferias em áreas desfavoráveis, vide o loteamento das várzeas dos rios paulistas no início do séc. XX para a população carente. A população que habita essas áreas sofre com a precarização, e a negação de estruturas públicas de serviço, como saneamento básico, o que prejudica a qualidade da água dos rios.

A industrialização e a falta de fiscalização no Brasil foi outro processo que acarretou e ainda acarreta a poluição do ar, solo e dos cursos d’agua. Daí podemos citar a erosão, enchentes, deslizamentos, destruição de florestas e áreas protegidas, contaminação do lençol freático ou das represas de abastecimento de água, epidemias e doenças, precarização da saúde, as “ilhas de calor” nas cidades, falta de precipitação, poluição sonora e visual. Assim os problemas sociais dos brasileiros estão intrinsecamente interligados com os problemas ambientais nas cidades. Outro fator a ser citado é o processo de elevação na produção/consumo das cidades dos países em desenvolvimento que rumam ao mesmo nível de produção/consumo dos países desenvolvidos, agravando os problemas socioambientais, que já alteraram ecossistemas, alteraram o ciclo da água, os regimes de chuvas, e assim dos climas de regiões. O desmatamento na região norte do país impacta no regime de chuvas no Sudeste, diminuindo a precipitação, processo visto na falta de águas nos reservatórios que servem a São Paulo, agravado pelo consumo e desperdício de água das grandes indústrias.

Conclui-se que a falta de ordenamento e planejamento urbano por parte do Poder Público contribui para a degradação do meio ambiente nas cidades, associados aos fatores de densidade demográfica alta e falta de tomada de decisão dos órgão públicos, os territórios e as populações das cidades brasileiras sofrem com agravos das péssimas condições do meio ambiente, que está ligado aos problemas sociais brasileiros de alta concentração de renda e segregação socioespacial.

Bibliografia:

https://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=2861

https://www.researchgate.net/publication/309665072_UMA_SINOPSE_NA_POLITICA_MUNDIAL_DA_AGUA

https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/S5D00005.pdf

http://www.geomorfologia.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/resumos_expandidos/eixo11/011.pdf

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: ABORDAGENS E CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS. Carlos Alberto MENARIN

Arquivado em: Brasil, Ecologia
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