O Brasil é o segundo país em cobertura florestal no mundo, superado apenas pela Rússia. Infelizmente, essa área florestada tem-se reduzido drasticamente, devido à ocupação humana desordenada. As regiões Nordeste, Sul e Sudeste, onde estão concentrados 85% da população brasileira, foram as mais atingidas por desflorestamentos provocados pelas necessidades de urbanização e crescimento econômico (JUVENAL E MATTOS, 2002).
O reflorestamento consiste na reposição da vegetação em locais que foram anteriormente desmatados. O Brasil situa-se entre os 10 maiores países em florestas plantadas do mundo, contando com 6,4 milhões de hectares. Cerca de 80% dessa floresta é composta por pinus e eucalipto, espécies utilizadas para a produção de madeira e celulose. A atividade de reflorestamento pode trazer uma série de benefícios, como:
- aumento de empregos diretos e indiretos;
- diminuição da pressão sobre as florestas nativas;
- proteção da superfície do solo, diminuindo os riscos de erosão;
- proteção das bacias hidrográficas em que a atividade se localiza;
- maior biodiversidade;
- retenção de dióxido de carbono;
- produção de oxigênio.
A reposição florestal pode ser de dois tipos:
- Heterogêneas: quando a reposição da vegetação acontece com a utilização de diversas espécies e tem por finalidade a restituição de alguma função ecológica, como, por exemplo, a proteção de mananciais.
- Homogêneas: utiliza-se apenas uma espécie e, normalmente, atende a fins econômicos, como a produção de madeira para comercialização.
Para estimular o reflorestamento, o governo federal criou o Programa Nacional de Florestas (PNF) pelo Decreto nº 3.420/2000, que tem como meta o incremento da área reflorestada de 170.000 hectares para 630.000 hectares anuais, a partir do ano de 2004. Seus objetivos são:
- Estimular o uso sustentável de florestas nativas e plantadas;
- Fomentar as atividades de reflorestamento, principalmente em pequenas propriedades rurais;
- Apoiar as iniciativas econômicas e sociais das populações que vivem em florestas;
- Reprimir desmatamentos ilegais e a extração predatória de produtos e subprodutos florestais, conter queimadas acidentais e prevenir incêndios;
- Promover o uso sustentável das florestas de produção;
- Ampliar os mercados interno e externo de produtos florestais;
- Valorizar os aspectos ambientais, sociais e econômicos dos serviços e dos benefícios proporcionados pelas florestas públicas e privadas;
- Estimular a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas florestais.
No Brasil, diversos setores têm investido em ações de reflorestamento. A empresa Texaco, em parceria com entidades ambientalistas, enriqueceu cerca de 1.000 hectares de mata no entorno da Reserva Morro da Mina, no município de Antonina, Paraná. Outro exemplo é a Vale que possui uma área de 387 hectares na região da Amazônia, onde foram investidos 12 milhões com o plantio de eucalipto.
Referências bibliográficas:
JUVENAL, Thais Linhares; MATTOS, René Luiz Grion. O setor florestal no Brasil e a importância do reflorestamento. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 16, p. [3]-29, set. 2002
SCARPINELLA, Gustavo D’almeida. Reflorestamento no Brasil e o Protocolo de Kyoto. Dissertação (Mestrado) - Programa Interunidades de Pós-graduação em Energia, Instituto de Eletrotécnica e Energia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/reflorestamento/