A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) aponta diversas formas de gerir e descartar corretamente todos os tipos de resíduos sólidos gerados por diferentes setores de produção e consumo, uma vez que vem sendo observado um aumento na quantidade de resíduos descartados diariamente. O último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, aponta que grande parte da população brasileira está localizada em áreas urbanas, tendo como consequência direta o aumento do volume de lixo produzido nessas áreas. Assim, classificar os diferentes tipos de resíduos sólidos se torna uma etapa importante para promover o manejo consciente e o desenvolvimento sustentável através do descarte adequado e reciclagem de materiais por exemplo.
Classificação de resíduos inertes
Os resíduos sólidos podem ser separados a partir da sua origem em resíduos domiciliares, de limpeza urbana, industriais, agrossilvopastoris, de mineração e da construção civil por exemplo. Além disso, outra classificação é dada a partir do perigo apresentado pelos resíduos em duas classes: classe I: resíduos de alta periculosidade devido características como reatividade, toxicidade, patogenicidade e inflamabilidade; e classe II: resíduos de baixa periculosidade, podendo ser classificados como não inertes (tipo A), ou inertes (tipo B). Os resíduos inertes são definidos como um tipo de resíduo que, por apresentar determinadas características e composição físico-química específica, não sofre transformações físicas, químicas ou biológicas quando descartado, e assim esse tipo de resíduo se mantém inalterado por um longo período de tempo.
Alguns exemplos de resíduos da classe II B, ou resíduos inertes, são os entulhos e descartes fruto de obras de construção civil, além de pedras, sucatas, areias e madeiras. Latas de alumínio, isopor, borrachas e vidro também são considerados resíduos inertes. A maior parte desse tipo de resíduo sólido é considerada reciclável, apesar do destino mais comum ser o aterro sanitário ou industrial, uma vez que o resíduo inerte não altera características físicas, químicas ou biológicas do solo ou água. Apesar de não liberar substâncias que prejudicam o meio ambiente, a reciclagem e reutilização dos produtos descartados é sempre considerada a abordagem mais sustentável e vem sendo incentivada pelos diferentes setores da indústria e empresas que buscam um desenvolvimento ecológico.
Reciclagem de resíduos inertes
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a redução dos resíduos sólidos através do descarte apropriado, reciclagem e reutilização de produtos e embalagens, e até práticas de consumo sustentável. Apesar da maior parte dos resíduos inertes poder ser descartada em aterros sanitários e industriais, a reciclagem é a melhor opção de descarte quando se pensa no meio ambiente. Os resíduos inertes compõem 60% de todo o lixo gerado no país, e o resíduo mais bem aproveitado no Brasil são as latas de alumínio, responsáveis por contribuir com milhões de reais na economia do país através da reciclagem, além de contribuírem para o aumento da renda de pessoas socialmente excluídas. Mesmo com os elevados índices de reciclagem de latas de alumínio, essa prática não é amplamente difundida no Brasil para os demais resíduos inertes, necessitando de maior participação da população e de diferentes organizações, além de investimento público para contribuir com o avanço sustentável.
Referências Bibliográficas:
[1] Resíduo inerte. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduo_inerte
[2] Manual completo sobre resíduos inertes (Classe II B). Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-residuos-inertes-classe-ii-b/
[3] Resíduos inertes: o que são e o que se deve fazer com eles? Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/residuos-inertes-o-que-fazer-com-eles/