A substituição das famosas sacolas plásticas é cada vez mais discutida e estimulada por campanhas de consumo consciente e novas legislações. Além da curta vida útil, o plástico não se degrada facilmente na natureza, podendo levar entre 100 e 400 anos para se decompor, e ainda ser carregado por milhares de quilômetros pelas correntes oceânicas, afetando a vida marinha e contaminando as águas. Além disso, sua produção utiliza o petróleo ou gás natural, água e energia, onde são liberados efluentes ao final do processo, fazendo com que sua produção seja também altamente poluente. Os EUA são responsáveis pelo maior descarte de sacolas plásticas somando cerca de 100 bilhões de unidades por ano, implicando no desperdício de 12 milhões de galões de petróleo. Algumas alternativas têm sido estudadas para a substituição das sacolas plásticas, dentre elas as ecobags ou sacolas ecológicas, sacolas produzidas com biopolímeros e bioplásticos, além dos sacos de papel.
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Sacolas de biopolímeros e bioplásticos
Quando comparados às sacolas de plástico convencional, os materiais de fonte renovável são considerados ambientalmente sustentáveis, feitos por exemplo a partir de polímeros à base de amido extraído do milho, da batata, da mandioca ou do trigo. Ainda assim, esse material pode não ser totalmente biodegradável, uma vez que após seu descarte é possível observar apenas a fragmentação parcial devido sua natureza hidrofílica e frágil. São utilizados na forma de blendas, ou seja, misturas mecânicas sem nenhum tipo de reação química entre as substâncias, e transformando dois materiais, neste caso biodegradáveis, em um único plástico.
Este tipo de sacola ainda é muito comparado às sacolas de plástico convencional quanto ao impacto, já que as blendas podem conter polietileno, um tipo de composto presente nas tradicionais sacolinhas de mercado, resultando em um potencial aumento do impacto ambiental. Além dessa razão, e também de outras associadas à poluição do solo e contaminação dos processos de reciclagem, é que pesquisas sugerem que os plásticos biodegradáveis não poluem menos. Apesar disso existe a possibilidade de substituição desses compostos poluentes por aditivos oxibiodegradáveis, que auxiliam e aceleram o seu processo de degradação. Alguns exemplos são os metais de transição como cobalto, ferro, manganês e níquel, que agem no mecanismo de degradação do polímero, acelerando-o.
Sacolas de papel
Tradicionalmente as sacolas de papel são apresentadas como alternativas ambientalmente corretas, porém quando comparadas com as sacolas de plástico, sua confecção contribui com uma considerável emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, estimando-se uma produção de 30,2 kg/ano de CO2, enquanto que a confecção das sacolas reutilizáveis é responsável por emitir cerca de 2 kg/ano de CO2.
Ecobags
As ecobags são opções de sacolas reutilizáveis, feitas para consumo e podendo ser lavadas e usadas em diferentes situações. Diversas campanhas têm incentivado seu uso e até a distribuição em eventos ou estabelecimentos, dentre eles supermercados. Uma ecobag pode durar até cinco anos, seu material é de fácil decomposição e elas são capazes de substituir em média, cinco mil sacolinhas plásticas. Entre as opções de sacolas reutilizáveis, as sacolas de tecido ou ecobags feitas a partir de material reciclável são as que apresentam menor impacto dentre todas as categorias, se mostrando a melhor saída para a redução de lixo plástico, ações de sustentabilidade, preservação do meio ambiente e também para a diminuição do impacto ambiental.
Referências bibliográficas
[1] Sacolas Plásticas: Destinações Sustentáveis e Alternativas de Substituição, disponível em: https://www.scielo.br/pdf/po/2012nahead/aop_0884.pdf.
[2] A insanidade das sacolas plásticas no Brasil, Disponível em: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2018/11/05/148170-a-insanidade-das-sacolas-plasticas-no-brasil.html