A palavra saneamento tem sua origem na palavra latina sanus, que por sua vez significa “saudável”, sendo assim, as medidas de saneamento surgiram com o propósito de sanar os problemas sanitários humanos, principalmente em ambientes urbanos. Durante o desenvolvimento da espécie e sociedade humana, o nomadismo foi abandonado por várias etnias, dando lugar à comunidades gregárias e sedentárias.
O abandono do nomadismo trouxe várias vantagens, como cultivo, aumento da capacidade de obtenção de alimentos e aumentou a segurança dos grupos de humanos pré-históricos, no entanto trouxe algumas desvantagens também. Como nômades, não havia acúmulo de dejetos, uma vez que as populações estavam em constante movimento e faziam suas necessidades em qualquer lugar, sendo assim, ao formarem grupos sedentários o acúmulo de dejetos próximos às comunidades foi crescente, e com eles o surgimento e proliferação de várias doenças.
Durante a Idade Média, ainda não havia sistema de coleta de esgoto e sequer encanamentos, logo, os dejetos das casas eram despejados nas ruas das cidades, e o seu acúmulo gerou um dos momentos mais tenebrosos da história, a peste negra, onde a maior parte da população européia morreu para este mal. Sendo assim, ao longo da história foram sendo tomadas várias medidas para eliminar esse acúmulo de dejetos e descartá-los de modo que minimizassem os danos à saúde humana. No entanto, uma preocupação adicional começou a surgir com o tempo. Por mais que boa parte dos resíduos produzidos não estivessem se acumulando nas cidades, eles estavam se acumulando em algum lugar. Além disso, outros problemas afetavam a vida dos moradores, principalmente de zona urbana, como alagamento e deslizamento de encostas.
O ano de 1992 foi muito importante para as questões ambientais, pois foi nele que aconteceu a famosa Rio Eco 92, uma reunião entre diversos países do mundo para discutir e determinar medidas e concessões ambientais que auxiliassem em uma forma de desenvolvimento mais responsável, reduzindo os danos causados à natureza, e todas essas medidas foram compiladas em um documento chamado Agenda XXI, nomeado assim em simbologia ào século que se iniciaria no ano 2000. Dentre essas medidas, estavam as práticas de saneamento ambiental.
De acordo com a definição do Manual de Saneamento da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), o saneamento ambiental “é o conjunto de ações socioeconômicas que tem por objetivo alcançar salubridade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis e demais serviços e obras especializadas com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural”.
O saneamento ambiental trabalha para resolver esses problemas trazidos pela condição gregária humana. Dentre esses problemas estão, o já citado acúmulo e destinação de dejetos, tratamento de água, disposição e tratamento de lixo, drenagem de ambientes urbanos, infiltração, deslizamento de encostas e a poluição. O profissional que trabalhar com saneamento ambiental projeta e propõe soluções para esses problemas de forma que eles afetem o mínimo possível à natureza garantindo a manutenção da biodiversidade atrelada ao bem estar das populações humanas.
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Referências:
John, V. M., Silva, V. D., & Agopyan, V. (2001). Agenda 21: uma proposta de discussão para o construbusiness brasileiro. Encontro Nacional e I Encontro Latino Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis , 2, 91-98.
Moraes, L. R. S., & Campos Borja, P. (2005). Política e plano municipal de saneamento ambiental: experiências e recomendações. OPS.
Manual de Saneamento. 2006 . Fundação Nacional de Saúde. Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde. Brasília, DF.