Demanda é a procura, a busca por produtos e serviços no mercado.
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Oferta e demanda: a teoria do Equilíbrio de Mercado
Preços “altos demais” deixariam potenciais vendedores com bens não vendidos nas mãos, pois o encarecimento dos produtos faz a demanda cair; enquanto preços “baixos demais” deixariam potenciais consumidores sem os bens que desejavam comprar (eles estimulariam uma demanda “alta demais” que tornaria a falta de determinado produto mais rápida).
Portanto, deve existir um preço “certo” para que os consumidores consigam comprar o que querem e os vendedores consigam vender o que ofertam. Esse preço “certo” é chamado de “preço de equilíbrio”. Além disso, oferta deve ser equivalente à demanda. Esta é a teoria de Equilíbrio de Mercado, apresentada através de gráficos de função demanda, função oferta e o de oferta e demanda, cujo preço se equilibra entre ambas. É uma abordagem clássica na Economia, e tem suas raízes em Adam Smith.
A demanda e a Lei de Say
Os consumidores precisam produzir para que possam demandar. A demanda de um indivíduo só pode ser satisfeita se ele ofertar algo a alguém. O economista francês Jean-Baptiste Say obervou que o valor de bens e serviços que um indivíduo pode consumir é o mesmo valor de mercado que ele pode ofertar. Portanto, a produção antecede o consumo. Em suas palavras: “Dado que cada um de nós só pode comprar a produção de terceiros com nossa própria produção, e dado que o valor do que podemos comprar é igual ao valor do que podemos produzir, então quanto mais o homem pode produzir mais ele pode comprar”. Assim, os indivíduos precisam trabalhar para terem recursos suficientes para poderem demandar, isto é, consumir.
A demanda e as ações governamentais de incentivo
Os economistas John Maynard Keynes e Milton Friedman acreditavam que as recessões econômicas poderiam ser geradas por “insuficiente demanda agregada”, e a forma de resolver esse problema seria o governo incentivar a demanda.
Conforme Keynes, o governo deveria tomar dinheiro emprestado para aumentar os seus gastos, o que resultaria em aumento de consumo e estímulo de demanda. Já Friedman viu a solução no Banco Central, o qual deveria adotar uma política monetária expansionista, injetando mais dinheiro no sistema bancário para reduzir os juros, resultando em aumento de empréstimos; e com mais dinheiro na economia a demanda seria reativada.
O economista Frank Shostak argumenta que “demanda insuficiente” é um conceito sem sentido, porque seres humanos sempre estão demandando bens e serviços de acordo com suas necessidades, as quais sempre existirão enquanto estes viverem. Para ele, demandar bens e serviços é o impulso natural do ser humano, é impossível viver sem demandar, o indivíduo demanda desde que acorda até o momento em que vai dormir (por exemplo, a pessoa precisa de água e alimentos em seu consumo diário).
O real problema é que a demanda do indivíduo é restringida conforme sua capacidade de produzir bens e serviços que gerem valor para outros indivíduos. Assim como observado por Say, o indivíduo precisa produzir para poder consumir. Deste modo, o impulso da economia é proveniente de produção e não de demanda por si só.
Políticas fiscais e monetárias expansionistas que tentam aumentar a demanda desviarão para o governo boa parte do que foi produzido e elevarão os preços dos produtos remanescentes no mercado. O aumento de gastos do governo consome capital dos pagadores de impostos, aliado aos preços maiores e menos bens à venda, o bem-estar de produtores/consumidores será menor e eles terão de arcar com maiores preços de produção, afetando sua capacidade de produzir mais bens e serviços, enfraquecendo suas demandas.
A ideia de expansão monetária para reduzir as taxas de juros causa um crescimento econômico superficial e até pode sustentar bolhas econômicas que ao estourarem podem causar crises e grandes recessões, tal como a Crise de 2008. Para manter a economia ativa é preciso dar mais liberdade para a criação de produção, que implica em maior capacidade dos agentes demandarem no mercado.
Referências:
BYLUND, Per. A Lei de Say é irrefutável e, sozinha, destrói todo o arcabouço keynesiano. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2721>. Acesso em 07 de março de 2019.
COSTA, Reinaldo Pacheco da. Introdução à Economia. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4535146/mod_resource/content/4/INTRODUC%CC%A7A%CC%83O%20A%CC%80%20ECONOMIA%20CAP%201%2020080617.pdf>. Acesso em 07 de março de 2019.
KIRZNER, Israel M. A lei da oferta e demanda. Disponível em: <http://ordemlivre.org/posts/a-lei-da-oferta-e-demanda>. Acesso em 08 de março de 2019.
KIRZNER, Israel M. O mercado é um processo dinâmico, e não apresenta “equilíbrio”. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1727>. Acesso em 07 de março de 2019.
Market Business News. Demand – Definition And Meaning. Disponível em: <https://marketbusinessnews.com/financial-glossary/demand-definition-meaning/>. Acesso em 07 de março de 2019.
SENNHOLZ, Hans F. Dois tipos de demanda - e por que só uma funciona. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1298>. Acesso em 07 de março de 2019.
SHOSTAK, Frank. “Para a economia crescer, temos de aumentar a demanda!” - eis um mito sem nenhuma lógica. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2826>. Acesso em 07 de março de 2019.