O Brasil é um dos maiores produtores de gêneros agrícolas desde o período colonial, por volta do século XVI, com as produções massivas de cana de açúcar para exportação. O algodão e o café também fizeram parte dos principais produtos agrícolas no processo de formação do Brasil, tendo algumas influências em regiões do país. Por exemplo, o algodão e a cana de açúcar com alta produção no nordeste brasileiro e o café no sudeste.
Com a chegada do século XX houve um processo de inovações tecnológicas na área rural, a chamada mecanização do campo. Isso auxiliou no processo de amplificação da produtividade agrícola. Aparatos como tratores, máquinas de arado, colheitadeiras entre outras máquinas foram importantes para o processo de plantio e colheita, aumentando assim a taxa de produtividade em diversos países.
Outro processo que auxiliará no aumento da produção agrária no Brasil e no mundo é a chamada Revolução Verde, método que trabalhou as sementes em laboratório com sua modificação genética para auxiliar na alta produtividade, criando as sementes chamadas de transgênicas. Outro elemento desenvolvido nesse período são os aditivos químicos utilizados nas plantações, conhecidos por defensivos agrícolas ou também como agrotóxicos, produtos que tem seu uso para afastar pragas das plantações. Esses acontecimentos ocorrem na segunda metade do século XX e impulsiona a produtividade em diversos países, assim como no Brasil.
A partir da década de 1970 o Brasil vai passar pelo processo de modernização do campo, que associa tanto a mecanização quanto a revolução verde, com isso houve um aumento acentuado da produtividade de gêneros agrícolas no país, com foco principal para o arroz, soja, feijão trigo e milho. Observando uma análise produtiva entre os anos de 1975 a 2017 o trigo obteve um aumento de 346%, o arroz de 317% e o milho de 270%, a produção de soja e de feijão dobraram nesse período.
O setor agrícola se tornou a principal fonte da economia do país a partir da década de 1990, devido o alto índice de exportação desses produtos, tendo gerado em 2017 um total de 81,7 bilhões de dólares a partir da exportação de gêneros agrícolas.
A EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) projetou uma expectativa de exportação agrícola em um período de 10 anos, se remetendo aos dados obtidos entre 2016 e 2017 com a probabilidade de produção que poderá haver entre 2026 e 2027, seguindo os parâmetros tecnológicos aplicados à produção nos últimos anos, podendo sofrer alterações tanto para o aumento como para a baixa desses valores:
Produto a cada mil toneladas | 2016/17 | 2026/27 | Variação |
Soja grão | 63.000 | 84.111 | 33,5% |
Açúcar | 28.933 | 39.466 | 36,4% |
Milho | 25.500 | 35.130 | 37,8% |
Soja farelo | 15.900 | 17.240 | 8,4% |
Celulose | 13.858 | 19.170 | 38,3% |
Suco de Laranja | 2.315 | 2.769 | 19,6% |
Café | 2.100 | 2.760 | 31,4% |
Algodão pluma | 630 | 1.118 | 77,5% |
É possível notar que os três produtos de maior destaque nas exportações brasileiras foram a soja, o açúcar e o milho, importantes produtos que mantém uma produção extremamente alta no país. A laranja é outro gênero agrícola de elevada produção, trazendo ao Brasil o título de maior produtor de laranja do mundo. Esse título se repete na questão do açúcar, pois é também o maior produtor mundial.
Um fator importante sobre a produção agrícola no país é sua distribuição pelo território, mantendo uma concentração desse setor na região centro-oeste, com partes na sudeste e sul, tendo nos últimos anos um avanço sentido norte e nordeste para a produção em massa desses gêneros.
Bibliografia:
https://www.embrapa.br/visao/mudancas-socioeconomicas-e-espaciais-na-agricultura
https://www.embrapa.br/visao/trajetoria-da-agricultura-brasileira