A economia de Roraima sustenta-se na produção agropecuária, principalmente no agronegócio de grãos, com destaque ao arroz, soja e milho. Diz-se que o estado funciona na chamada “economia do contracheque”, quando há uma circulação quase majoritariamente dos valores pagos em salários aos servidores públicos e aos empregados privados do comércio.
Na pecuária, o comércio de bois vivos para abate em Manaus foi, até a década de 1970, a base econômica de destaque. Por anos, comercializou-se com Manaus algo em torno de 6 a 10 mil bois anualmente. Esse tipo de comércio trazia para Roraima, em troca, gêneros alimentícios, artigos de vestuário, utensílios domésticos, entre outros. Essa forma de abastecimento acabou devido a dois fatores principais: crescimento populacional do estado, através da inauguração da estrada Manaus/Boa Vista, e a diminuição do rebanho bovino.
O arroz tomou o lugar da carne, passando a ser comercializado com Manaus já em fins da década de 1970. Em 1977, foi introduzida a mecanização agrícola para a cultura do arroz, aumentando a capacidade de produção. No início, a mecanização foi aplicada na área do lavrado para a produção de arroz de sequeiro, que não teve o êxito esperado por diversos fatores. Um deles foi a falta de estrutura física para armazenamento da produção, pois não havia secadores e armazéns. Contudo, esse sistema possibilitou o deslocamento da produção para o arroz irrigado. Com produtores mais capitalizados e apoio governamental na construção de armazéns e secadores, tornou-se viável a produção. Esse tipo de arroz veio a ser produzido nas várzeas dos rios Branco, Tacutu, Uraricoera e Cauamé, com uma produtividade alta o suficiente para cobrir os altos custos de implantação e manutenção dessa cultura em Roraima.
Posteriormente, surgiu a cultura da soja no lavrado, com a área plantada sendo aumentada ano a ano. Os problemas maiores dessa cultura estão na área da garantia da posse da terra, suas incompatibilidades com as leis ambientais, além da irregularidade e pouca confiabilidade do transporte. Essas duas maiores culturas agrícolas de Roraima diminuíram com a conquista pelos povos originários da Demarcação da Área Indígena Raposa/Serra do Sol.
Outras culturas como milho, mandioca e feijão também são presentes. Mas não atingem o nível de produção de arroz e soja. No caso de mandioca para a produção de farinha, Roraima é autossuficiente. Na área da fruticultura, produz-se no estado abacaxi, laranja, banana, mamão, melão, melancia, uva, limão, maracujá e tangerina. Destacam-se pelo reconhecimento da qualidade o melão, a melancia e o mamão. Tem havido grande progresso com hortaliças nos anos mais recentes. A produção de alface, cebolinha, cheiro-verde, pimentão, batata-doce, feijão-de-corda, abóbora, couve e pimenta-de-cheiro têm aumentado, podendo-se dizer que também há autossuficiência nesse setor. A produção em estufas tem ajudado nesse processo.
Roraima sempre ocupou uma posição secundária na geografia econômica da Amazônia quando o assunto é extrativismo vegetal, produzindo castanha-do-Brasil, sorva e madeira. As duas primeiras na região sul do estado, especialmente baixo rio Branco. São comercializadas em Manaus, mas em pequena escala. A madeira tem sido explorada e comercializada com a Venezuela e, mais recentemente, com outros países na Europa e na Ásia.
A indústria roraimense é pequena. No Distrito Industrial de Boa Vista, situado à margem da BR-174, existiam 58 unidades fabris em funcionamento no ano de 2015. Elas produzem cereais, madeira, couro, entre outros. O setor comercial é tradicional, comprando de outras praças, como São Paulo e Manaus, e revendendo em Boa Vista e demais municípios.
Aproximar-se comercialmente com os países vizinhos para o exercício da prática do comércio exterior é um caminho que vem sendo traçado recentemente. O principal parceiro comercial na exportação e na importação é a Venezuela; o principal produto exportado em 2004 e 2010 foi a madeira; em 2015, houve uma boa diversificação com a exportação de soja, couro e água mineral, além da madeira. Os produtos importados em maior quantidade têm sido máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos. Os municípios que mais exportam são Boa Vista, Bonfim, Caracaraí, Mucajaí e Rorainópolis.
Fontes:
FREITAS, Aimberê. Geografia e História de Roraima. Boa Vista: IAF, 2017, 212p.
MIGUEIS, Roberto. Geografia do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2011, 144p.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/economia/economia-de-roraima/