Economia feudal

Por Armando Araújo Silvestre

Pós-doutorado em História da Cultura (Unicamp, 2011)
Doutor em Ciências da Religião (Umesp, 2001)
Mestre em Teologia e História (Umesp, 1996)
Licenciado em Filosofia (Unicamp, 1992)
Bacharel em Teologia (Mackenzie, 1985)

Categorias: Economia, História da Europa, Idade Média
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A crise do Império Romano do Ocidente desencadeou o nascimento do sistema feudal e de uma nova forma de economia baseada no processo de ruralização. A mão-de-obra escrava disponível era grande, mas não se podia usufruir de seu baixo custo de produção. Por isso, os grandes senhores começaram a arrendar suas terras para obterem dela seu sustento.

A economia agrária se consolidou ainda mais quando as atividades comerciais se desvalorizaram. Foram desenvolvidas técnicas agrícolas com baixa produtividade, sem excedentes ou colheitas expressivas. As terras férteis se dividiam entre o manso senhorial – domínio ou reserva dos senhores feudais, o manso servil, terras arrendadas para a produção agrícola dos camponeses e o manso comum, terras para todos os moradores dos feudos.

Faziam a rotação das culturas para prolongarem a vida útil das áreas agrícolas: em dois terços das terras faziam duas culturas diferentes e deixavam descansar o outro terço, revezando-os para aumentar o seu tempo útil.

A economia feudal era essencialmente agrária e com técnicas precárias: arado puxado por gado, baixíssima produtividade, apenas para a subsistência. As terras do manso senhorial eram “indominicatas” ou sem explorador direto, pois a senhoria não trabalhava. As terras arrendadas, manso servil ou tenência, eram “dominicatas”, com explorador direto e num sistema “parcelário”, onde os vassalos camponeses se deslocarem entre as parcelas para cumprirem tarefas. No manso comum ou terras comunais, a posse era coletiva das terras, bosques e pastagens. Esse sistema de economia feudal era fechado e fez as atividades comerciais retraírem nos séculos 6 ao 9. A partir dos séculos 10 e 11, porém, houve grande desenvolvimento comercial e a urbanização, com as quais o feudalismo era compatível. Somente por conta de epidemias e guerras dos séculos 14 e 15 é que a economia feudal entrou em crise.

A Economia Feudal era agrária e autossuficiente, dedicada ao consumo local e não ao comércio. As mercadorias eram trocadas por meio de escambo e não de moedas. Sua atividade principal se desenvolveu em meio a um sistema social estamental (camadas sociais) sem mobilidade entre reis, clero, nobres e servos.

Impostos

Esses servos ou vassalos faziam girar a economia feudal com seu trabalho, tributos e taxas como a corveia (taxa paga para cultivar terras senhoriais), a talha (imposto pago com a entrega de metade da produção ao suserano), a capitação (imposto pago “per capita” ou por cabeça) para os moradores dos feudos, a banalidade (imposto pago para utilizar moinhos e fornos controlados pelos senhores).

Portanto, as características do feudalismo e de sua economia destacaram: a ruralização da sociedade desde a queda do Império e com as invasões bárbaras; a fragmentação do poder central nas propriedades senhoriais dos feudos; a privatização da defesa, com suseranos mantendo seus exércitos contra os vikings, sarracenos e húngaros; a clericalização da sociedade desde a oficialização do cristianismo pelo Império, com altos privilégios e grande poder político-econômico da Igreja Católica Romana.

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