Hiperinflação é o nome dado à inflação que atinge proporções acima dos níveis considerados adequados. Em geral, pode-se considerar a ocorrência de hiperinflação quando seu índice se mantém acima de 50% ao mês. Tal fenômeno afeta especialmente as economias que possuem sérios problemas estruturais, causando uma alta astronômica dos preços dos bens de consumo e corroendo o poder de compra da moeda local. A recessão econômica (retração do PIB) pode ser também um dos efeitos gerados pela hiperinflação.
Dentro de uma economia que esteja enfrentando tal fenômeno, os preços aumentam tanto e tão rápido que o dinheiro ganho pelo cidadão comum é gasto quase que imediatamente. Tal velocidade no aumento de preços e deterioração surge a partir de um temor do mercado em geral de que o dinheiro perca o seu valor, e no meio desse temor, muitos produtores agirão propositadamente, aumentando seus preços, assegurando seus ganhos ante uma economia desregulada.
As publicações dedicadas a estudos econômicos reconhecem como piores episódios de hiperinflação os seguintes:
- Hungria, durante a metade da década de 40, cujo índice de inflação atingiu seu ápice por volta de julho de 1946, em 207%, e o preço dos bens dobrava a cada 15 horas;
- Zimbábue, final dos anos 2000, cujo índice de inflação atingiu seu ápice por volta de novembro de 2008, em 98%, e o preço dos bens dobrava a cada 24,7 horas;
- Antiga Iugoslávia, durante a metade da década de 90, cujo índice de inflação atingiu seu ápice por volta de janeiro de 1994, em 64,6%, e o preço dos bens dobrava a cada 1 dia e 4 horas;
- Alemanha, durante a metade da década de 20, cujo índice de inflação atingiu seu ápice por volta de outubro de 1923, em 20,9%, e o preço dos bens dobrava a cada 3 dias e 7 horas;
- Grécia, durante a metade da década de 40, cujo índice de inflação atingiu seu ápice por volta de outubro de 1944, em 17,9%, e o preço dos bens dobrava a cada 4 dias e 3 horas;
- Taiwan (Formosa), final da década de 40, cujo índice de inflação atingiu seu ápice por volta de maio de 1949, em 11%, e o preço dos bens dobrava a cada 6 dias e 7 horas;
Não poderia ser deixado de lado o pior episódio de inflação pelo qual passou o Brasil, entre 1980 e 1994, que teve seu ápice em março de 1990, quando o índice de inflação atingiu 80%. Dentre os piores casos de hiperinflação, o Brasil é o campeão dos infames títulos de maior período inflacionário dentre todos os países e o de maior número de vezes em troca de nome da moeda: Cruzeiro em 1942, em substituição ao Réis (Real); Cruzeiro Novo em 1966; Cruzeiro em 1970; Cruzado em 1986; Cruzado Novo em 1989; Cruzeiro em 1990; Cruzeiro Real em 1993, e finalmente, voltando para o Real, em 1994.
Bibliografia:
Hiperinflação. Disponível em http://www.suapesquisa.com/o_que_e/hiperinflacao.htm . Acesso em 05/06/2011.
Hiperinflação. Disponível em http://www.igf.com.br/aprende/glossario/glo_Resp.aspx?id=1568 . Acesso em 05/06/2011.
KAIM, Alan M. Brazil (em inglês). Disponível em http://www.milliondollarbabies.com/FrameBrazilList3.htm . Acesso em 05/06/2011.
HANKE, Steve H. KWOK, Alex K. F. "On the Measurement of Zimbabwe’s Hyperinflation." Cato Journal, Vol. 29, No. 2 (Spring/Summer 2009). (Via Wikipedia, versão em língua inglesa) Disponível em http://www.cato.org/pubs/journal/cj29n2/cj29n2-8.pdf Acesso em 05/06/2011.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/economia/hiperinflacao/