Reserva estratégica de petróleo

Por Erica Airosa Figueredo

Especialista (MBA) em Gestão da Qualidade Total (UFF, 2013)
Graduada em Química, Tecnóloga (Unigranrio, 2011)
Graduada em Ciências Biológicas (Unigranrio, 2006)

Categorias: Economia
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O petróleo é a principal fonte enérgica do mundo contemporâneo, e os países que possuem grandes reservas desse combustível são responsáveis por controlar o mercado mundial do setor. Dependendo da demanda do insumo o preço dos seus derivados podem aumentar ou diminuir, influenciando diretamente em vários setores, principalmente no setor energético.

Outras fontes alternativas são estimuladas ou não, dependendo da conjuntura atual da produção do óleo cru. Os investimentos em combustíveis renováveis são um exemplo. Em tempos de crise do petróleo vários países aumentam os seus investimentos no setor. Uma experiência foi o incentivo ao Programa Nacional do Álcool (Proálcool), no Brasil, na década de 1970. Todavia, existem outras maneiras de precaver-se em uma crise.

As reservas estratégicas de petróleo são uma alternativa para suprir o mercado e se manter estável em um momento de crise. Nas décadas de 1960 e 1970, a economia mundial estava totalmente dependente do petróleo. No entanto, os produtores do óleo bruto decidiram desestabilizar um grupo de empresas que possuíam o controle do mercado. Era um grupo chamado de “sete irmãs”, formadas pelas companhias Royal Dutch Shell, Anglo-Persian Oil Company, Standard Oil of New Jersey (Esso), Standard Oil of New York (Socony), Texaco, Standard Oil of California (Socal) e Gulf Oil.

Nesse contexto, surgiu a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que atualmente apresentam políticas comuns aos produtores de petróleo, controlam o volume de produção e consequentemente o seu preço. Além dos interesses econômicos da época, os políticos culminaram em vários conflitos entre os países do oriente médio, como a Guerra dos Seis Dias (1967) e a Guerra de Yom Kippur (1973). Devido ao apoio dos Estados Unidos e da Europa aos israelitas, os árabes se associaram restringindo a produção do óleo bruto, favorecendo o seu aumento. Assim, deu-se origem a maior crise da época.

A partir da crise do ano de 1970, os EUA iniciaram uma reserva extra de petróleo para os tempos de crise. Atualmente, são reservados aproximadamente 688 milhões de barris, sendo capaz de abastecer o país por 141 dias. No entanto, essas reservas promovem um custo de manutenção em torno de US$ 200 milhões de dólares, equivalentes à R$ 622,5 milhões de reais. Essas reservas são estocadas em cavernas no Estado da Louisiana.

Outros países como o Reino Unido e o Japão também possuem reservas estratégicas, e a China iniciou os seus estoques de petróleo com o mesmo objetivo. As extensões das reservas Chinesas são desconhecidas, porém existem especulações que podem estar em torno de 678,9 milhões de barris, superando as reservas dos EUA. Geralmente, as reservas não são utilizadas somente em épocas de crise do petróleo. Em set. 2017 os EUA liberaram cerca de 500 mil barris em resposta à tempestade tropical Harvey.

Armazenar grandes reservas estratégicas de petróleo para não se tornarem reféns no âmbito de uma crise é uma realidade. Contudo, essa não é a solução para uma possível crise energética, pois se configura em um amparo temporário. O interessante seria ampliar os investimentos em energias renováveis, diminuindo a dependência dos combustíveis de origem fóssil.

Fontes:

http://virtualia.blogs.sapo.pt/43321.html
https://petrogasnews.wordpress.com/2011/06/09/as-7-irmas-do-petroleo/

http://www.bbc.com/portuguese/geral-40784154

https://www.publico.pt/2016/11/30/economia/noticia/opep-vai-fazer-primeiro-corte-de-producao-em-oito-anos-1753190

http://www.opetroleo.com.br/quem-detem-o-poder-no-mercado-de-petroleo-atualmente/

http://www.opetroleo.com.br/por-que-china-esta-no-controle-dos-precos-do-petroleo-agora/

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