O corpo humano é um grande conjunto de tecidos que, dentre todas as funções, possui um grande potencial elástico em sua estrutura. A flexibilidade permite que o corpo realize movimentos conforme as necessidades do ambiente onde o indivíduo vive. Todo corpo necessita de flexibilidade e uma boa mobilidade para que possam ser realizadas desde as atividades mais instintivas, as atividades diárias e atividades físicas, para que o corpo se mantenha em constante atividade devido à necessidade de movimentação.
Devido ao reconhecimento de que a saúde está intimamente associada ao movimento e à prática de atividades como forma de manutenção da saúde, muito se fala na prática de exercícios e na importância do alongamento. As principais modalidades de alongamento, que visam o aumento da extensibilidade dos tecidos moles de forma geral incluem o alongamento estático, alongamento balístico e o alongamento por facilitação neuromuscular proprioceptiva. Ambos fazem com que a mobilidade músculo-articular permaneça preservada e quando executada não apresente nenhuma restrição ou algia. Dentre as classificações, encontram-se diversas técnicas e estudos que promovem esses objetivos, sendo muito utilizados por fisioterapeutas e educadores físicos.
Considera-se encurtamento muscular quando a extensão do sarcômero da fibra muscular se torna muito pequeno quando relacionado ao comprimento ótimo, diminuindo de forma drástica a capacidade de gerar tensão máxima. Por isso a força que se gera na contração muscular dependerá da quantidade de filamentos de actina e miosina no interior do sarcômero. Dentre os efeitos do alongamento, podem ser observados resultados mais imediatos (considerados agudos) onde ocorre um aumento da flexibilização dos componentes elásticos na unidade músculo-tendínea, alívio da tensão muscular imediato pós atividade física; já os efeitos tardios (considerados crônicos) podem ser observados como o remodelamento da estrutura muscular adaptativa, ocorrendo o aumento do número dos sarcômeros em série, resultando no aumento do comprimento muscular, onde permanecem por períodos determinados quando não ocorre a interrupção das atividades físicas.
Devido ao grande benefício que o alongamento proporciona, podemos citar aspectos como a estimulação e a renovação do colágeno na estrutura, fazendo com que a mesma possa suportar maior estresse; diminuição direta da tensão muscular através de alterações viscoelásticas passivas ou mesmo a diminuição indireta por inibição reflexa na alteração viscoelástica decorrente da redução de pontes cruzadas entre actina e a miosina, resultando no aumento da amplitude de movimento.
Os exercícios de alongamento têm demonstrado nos estudos ao longo do tempo, que são muito importantes desde a aplicação junto ao treinamento físico de atletas de alto rendimento até em pacientes que estejam em processo de reabilitação. O alongamento de modo geral tem apresentado resultados positivos no que se refere à reabilitação musculoesquelética quanto aos benefícios observados no sistema cardiovascular. Devido ao alongamento ser considerado como uma capacidade motora, considera-se ótimo quando a mesma é desenvolvida, porém não deve ser tratada no aspecto de hipermobilidade e muito menos de hipomobilidade, sendo importante que haja um equilíbrio entre ambos, mostrando que a flexibilidade e mobilidade sejam alcançadas em prol do bom desenvolvimento das AVD’s.
Bibliografia:
http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/8708/9611
TAM Di Alencar, KFS Matias - Rev Bras Med Esporte, 2010 - def.ufla.br
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/educacao-fisica/alongamento/