A importância de aprender uma segunda língua

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As formas de comunicação entre os indivíduos são variadas e dependem da utilização que o homem faz delas. Enquanto fenômeno humano a comunicação entre dois ou mais indivíduos através da utilização da linguagem pode ser considerado um ato fundador da vida em sociedade, ou seja, foi o desenvolvimento de formas de comunicação desde seus aspectos mais primitivos, como no caso das pinturas rupestres, até o desenvolvimento de uma língua comum a determinado território que tornaram possível a vida em sociedade.

Segundo o dicionário Aulete, língua é o sistema de comunicação e expressão verbal de um povo, nação, país, etc., que permite aos usuários expressar pensamentos, desejos e emoções. Nesse sentido toda língua representa a identidade de um povo e estabelece fronteiras na comunicação entre povos.

Todo ser humano possui capacidade inata para aquisição da linguagem. Estimulados pelos processos de socialização a principio no ambiente familiar e posteriormente ao longo da escolarização e da vida em sociedade o indivíduo desenvolve e é formado em sua língua materna.

No mundo atual entretanto a capacidade de se comunicar em uma segunda língua, que não a língua materna, torna-se primordial para uma atuação significativa em sociedade. Com o desenvolvimento das redes de comunicação e fortalecimento dos processos de globalização da economia, intensificando o fluxo e a circulação de bens, serviços e pessoas ao redor do mundo, a relação entre os povos está cada vez mais próxima e vivida de forma cada vez mais intensa.

Logo, a intensificação do contato entre os povos resulta em uma necessidade crescente de um segundo domínio linguístico.

Nos dias atuais, a importância da aprendizagem de uma segunda língua representa não apenas a possibilidade de obter fluência em outro idioma, mas favorece em ampla escala a aquisição de competências interculturais, alterando percepções sobre formas de vida e as maneiras de se relacionar e/ ou estabelecer vínculos com pessoas de nacionalidades distintas e visões de mundo diversas.

Do ponto de vista cognitivo, aprender uma segunda língua pode fortalecer a capacidade cognitiva do indivíduo ao longo da vida. Pesquisas ao redor do mundo demonstram que aqueles que falam mais de uma língua podem apresentar habilidades cognitivas acima da média. Além disso, as habilidades de escuta e atenção requeridas no processo de aquisição contribuem inclusive para o aprendizado da língua materna, especialmente no caso de crianças e jovens em idade escolar.

Além das contribuições culturais e cognitivas para o desenvolvimento do indivíduo, o bilinguismo ou plurilinguismo pode ser considerado um fenômeno que abrange várias esferas da vida em sociedade: cultura, política, economia e ciência.

Assim, a capacidade de dominar uma ou mais línguas estrangeiras não constitui um objetivo estanque, mas representa a possibilidade de desenvolvimento de um vasto repertório linguístico e cultural que proporciona o reconhecimento da diferença e a valorização da diversidade. Esses fatores aliados a proximidade crescente com outros povos ou culturas favorecido pelas redes de comunicação proporciona a aquisição de uma competência comunicativa em várias línguas. Desta forma, o falante constrói a autonomia necessária para estabelecer a relação entre as línguas de acordo com as situações em que são requeridas.

Bibliografia:

LOUREIRO, Ana Paula Vaz. Aprender inglês como segunda língua – a importância do domínio de outras línguas num mundo globalizado. Dissertação de Mestrado. Instituto de Educação. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Lisboa, 2013.

FIGUEIREDO, Francisco José Quaresma. Aquisição e Aprendizagem de Segunda Língua. Revista Signótica. Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás. Vol. 7, n. 1, 1995. Disponível em https://www.revistas.ufg.br/sig/article/view/7380 Acesso em 10- 08- 2016.

SILVA, Aline Gomes da. Ser Bilingue na Era da Globalização: Um estudo de Caso. Revista Diálogo e Interação, volume 1, 2009. Disponível em https://www.revistas.ufg.br/sig/article/view/7380

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