Anton Makarenko e a educação para recuperação de jovens infratores

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A educação não acontece apenas na parte interna dos muros da escola. Ela acontece nas manifestações culturais, no cotidiano de cada um de nós, nas associações, nas igrejas etc. O modelo de educação ao qual estamos sempre nos referindo é aquele regido por legislação específica (LDB, por exemplo). Porém, isso não significa que ele seja único, imutável.

Com o aumento da violência mundial, a sociedade, através dos seus representantes legais, criou o mecanismo de privação da liberdade para aqueles que cometem crimes e são batizados como infratores da lei. Por outro lado, tomando como referência o sistema prisional brasileiro, vemos que o objetivo de recuperação do indivíduo infrator nunca é atingido. Na grande maioria das vezes o presidiário ou foge ou recebe a liberdade com pensamentos e atitudes ainda mais perversos.

Para aumentar as chances de recuperação desses jovens é necessário recorrer à educação. Por meio de metodologias e práticas específicas, será possível fazer com que o infrator sofra uma mudança de comportamento, ao comparar as atitudes de antes com o modelo de indivíduo aceitável pela sociedade atual.

Este trabalho será desenvolvido tendo por base algumas contribuições do pedagogo Anton Makarenko, no que se refere à educação como forma de recuperação de jovens infratores.

Anton Semionovitch Makarenko e a Educação Coletiva

Makarenko foi um pedagogo ucraniano nascido no ano de 1988 em Belopole, Sumy, Ucrânia e falecido no ano de 1938, aos cinquenta anos de idade, na cidade de Golizyno, URSS. Ele foi o criador de um modelo de escola que promovia a educação por meio de grupos, do coletivo. O seu paradigma de escola dava ênfase ao trabalho e se alicerçava na forte disciplina.

O pedagogo ucraniano, através do seu modelo de escola e de educação, voltou-se principalmente para a recuperação de jovens abandonados, priorizando aqueles que estavam marcados por atitudes delituosas. Makarenko se interessava pela recuperação desses jovens, possibilitando a mudança de comportamentos infratores por parte deles para comportamentos tidos como corretos e aceitáveis perante a sociedade e a lei. Ele acreditava que através do trabalho em grupo se poderia criar uma concepção de sociedade, de fraternidade, de coletivo.

Anton Makarenko não imaginava a educação sendo realizada apenas por meio da rigidez e da disciplina, “era preciso criar personalidades, criar pessoas conscientes de seu papel político, cultas, sadias e solidárias.” (LAGAR et al. 2013). Por outro lado, ele pregava a rigidez na direção, visto que a disciplina seria um meio para a vida escolar.

Diante da ideia de instrução de massa ao indivíduo, eis que Makarenko, para contrapô-la, criou a ideia da coletividade na educação. Dessa forma o indivíduo poderia aprender com os seus pares e ainda adquirir a concepção de convivência em sociedade. Além disso, ele ainda escreveu sobre a importância da participação da família na educação de seus membros, sejam eles infratores ou não.

Enquanto a sociedade brasileira aprisiona os seus indivíduos e os transformam em pessoas desumanas, ainda piores do que quando entrara no sistema prisional, existe um modelo de educação que poderia transformar esse paradigma e devolver esses jovens às ruas com comportamentos adequados, educados e instruídos para o ingresso no mercado de trabalho. Por que não seguir esse modelo? Eis a resposta que eu gostaria de ouvir.

Referências bibliográficas:
______. Anton Makarenko. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anton_Makarenko. Acessado em: 16 de fevereiro de 2014.
LAGAR, Fabiana; SANTANA, Bárbara Beatriz de; DUTRA, Rosimeire. Conhecimentos Pedagógicos para Concursos Públicos. 3. ed. – Brasília: Gran Cursos, 2013.

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