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Introdução
O Positivismo
Comte foi o pai do Positivismo, corrente filosófica que busca explicar as leis do mundo social com critérios das ciências exatas e biológicas. Foi também o grande sistematizador da sociologia, dividindo a sociologia em duas áreas: a estática social e a dinâmica social.
“No entender de Comte, a sociedade apresenta duas leis fundamentais: a estática social e a dinâmica social. De acordo com a lei da estática social, o desenvolvimento só pode ocorrer se a sociedade se organizar de modo a evitar o caos, a confusão. Uma vez organizada, porém ela pode dar saltos qualitativos, e nisso consiste a dinâmica social. Essas duas leis são resumidas no lema ‘ordem e progresso’” (VASCONCELOS apud LAGAR et al., 2013, p. 18)
A defesa do Positivismo é de que somente o conhecimento científico é verdadeiro, não se admitindo como verdades as afirmações ligadas ao sobrenatural, à divindade. Relacionado ao último caso, Comte chegou a criar uma nova ordem espiritual, onde a divindade não seria venerada, somente a humanidade. A sua inspiração para originar essa nova ordem espiritual veio da disciplina e da hierarquia católica, mas, ao mesmo tempo, a sua concepção era totalmente dissociada de todas as religiões cristãs. Essa concepção nasceu do fato de ele considerar a humanidade como sendo uma entidade unitária, cuja por ele batizou-se de Grande Ser.
As suas observações o levaram a definir três estágios pelos quais a sociedade tende a passar: o teológico, o metafísico e o positivo ou científico. Estágio teológico é aquele onde as explicações aos fenômenos até então desconhecidos são atribuídas à divindade, ao sobrenatural. Metafísico é o estágio onde o ser humano procura explicar as coisas através de fenômenos naturais, ou seja, a natureza é autossuficiente para explicar as suas próprias manifestações. Já o Positivo ou Científico, é o estágio onde as explicações, as verdades absolutas, advêm exclusivamente da ciência.
Educação, Escola e Positivismo
Em relação à educação, a ciência positiva de Comte não atendia aos critérios hoje esperados pelos novos pensadores da educação, porém isso não a conduz ao pleno esquecimento, visto que muitos dos seus itens são necessários à concepção atual de sociedade, de indivíduo, de escola, de educação.
Apesar da ciência positiva prever a construção do comportamento altruísta, tendo como fundamento a fraternidade entre todos os homens, a gestão e melhorias das suas instituições se dariam, exclusivamente, pela classe da elite científica, o que caracterizava certo monopólio relativo ao poder de controlar o conhecimento que será transmitido através dessas instituições para os seres sociais.
Na escola positivista a disciplina é reconhecida como fundamental obrigação da educação. Os positivistas afirmam que a infância é uma fase marcada pelas soluções teológicas dos problemas e que somente com as inferências do ensino científico é que a maturidade do indivíduo será alcançada. Para isso, na escola positivista os estudos científicos terão plena prioridade sobre os estudos literários e a educação terá por objetivo principal promover o altruísmo e repreender o egoísmo.
Com as contribuições de Comte e do seu pensamento empirista, que considerava apenas os fenômenos que podiam ser observados, batizando de anticientíficos aqueles que provinham dos processos mentais do observador, a educação passou por aferições, tanto dos métodos de ensino como do desempenho do aluno.
Não há como negar as contribuições de Comte para a educação, inclusive a que é realizada em dias atuais. Se vivemos numa sociedade marcada pela individualidade, pelo egoísmo, um modelo de escola e de educação que priorizassem o despertar do altruísmo nos discentes, seria muito bem-vinda. Além do mais, apesar de recebermos pessoas fortemente ligadas à espiritualidade no seu sentido cristão, temos que convir que o espaço escolar é, acima de tudo, científico, o que também se encaixa nas acepções de Comte. A escola, positivista ou não, é o espaço ideal para questionamentos, reflexões, estudos profundos e, consequentemente, conclusões.
Referências bibliográficas:
LAGAR, Fabiana; SANTANA, Bárbara Beatriz de; DUTRA, Rosimeire. Conhecimentos Pedagógicos para Concursos Públicos. 3. ed. – Brasília: Gran Cursos, 2013.
FERRARI, Marcio. Augusto Comte, o homem que quis dar ordem ao mundo. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/auguste-comte-423321.shtml?page=3#. Acessado em: 20 de fevereiro de 2014.