Esta competência avalia a maneira como o aluno escolheu, encadeou, estruturou e compreendeu dados, eventos, pareceres e argumentações em prol da visão acalentada em sua tese. Melhor dizendo, ele deve construir um discurso no qual exponha nitidamente uma concepção a ser sustentada com argumentos e razões que fundamentem a postura tomada diante do tema proposto.
Os conceitos organizados na redação precisam se relacionar, de alguma forma, com o saber relativo à temática. Aqui está em foco a compreensibilidade do conteúdo textual, de seu nexo, da probabilidade de ser digerido pelo leitor. Esta competência se insere, portanto, na esfera da interpretação do texto.
Quem ler a redação irá organizar mentalmente os dados nela contidos e logo depois meditará sobre as concepções nela presentes. O domínio intelectual desse texto está vinculado, por conseguinte, a vários elementos.
Um deles é a ligação racional entre as partes da redação, gerando um significado uno, uma exatidão nas palavras. O outro é a evolução apropriada à progressão do tema, uma forma de demonstrar que o texto foi projetado e os conceitos são gradualmente revelados em uma sequência coerente. E, finalmente, é indispensável uma adaptação do teor do discurso à esfera da realidade.
A coerência é o vínculo que se desenrola entre o texto e o domínio intelectual dos que dialogam entre si, assegurando a estruturação do significado conforme as perspectivas do leitor. Ela está, portanto, encadeada ao universo do entendimento, à probabilidade de compreensão das acepções da redação.
Após a leitura pode-se, como reação, agir de várias formas. É possível que haja receptividade, negação, controvérsias, e inclusive a modificação de atitudes frente à forma de pensar de quem escreveu o texto, independente de concordar ou não com os argumentos do autor.
Portanto, na estruturação deste tipo de redação, deve-se expor de forma cristalina a tese e as argumentações escolhidas para defendê-la; as concepções precisam ser vinculadas racionalmente entre si, de tal forma que cada parágrafo demonstre a presença de dados novos, ligados racionalmente aos elementos antecedentes. É preciso tomar cuidado para não utilizar duplicações ou pulos dos temas. A perfeita sincronia entre os conhecimentos que saltam do discurso e os que provêm da realidade também é fundamental, assim como a exatidão dos vocábulos usados no texto.
A professora Liliane Negrão crê que essa competência está intrinsecamente ligada à habilidade número 2, a qual examina a interpretação da proposição. Essencialmente aqui se aprecia a criação da redação, daí ser essencial saber como construir um discurso dissertativo.
Veja as outras competências do Enem que são exigidas:
- 1. Competências no Enem: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita
- 2. Competências no Enem: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento
- 4. Competências no Enem: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
- 5. Competências no Enem: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos
Fontes:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2012/guia_participante_redacao_enem2012.pdf
http://noticias.universia.com.br/atualidade/noticia/2012/08/03/956200/saiba-e-avaliado-na-3-competencia-da-redaco-do-enem-2012.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/educacao/competencias-no-enem-selecionar-relacionar-organizar-e-interpretar-informacoes-fatos-opinioes-e-argumentos-em-defesa-de-um-ponto-de-vista/