Anodização

Por Gustavo José Ribeiro Aroeira
Categorias: Eletroquímica
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Anodização é uma das aplicações da eletrólise, que consiste em revestir peças metálicas com um filme óxido, como forma de tratamento de superfícies para conferir ao material características desejáveis, em geral, resistência à corrosão e desgaste ou apelo decorativo, como tingimento, a fim de torná-lo mais atrativo.

A formação de óxido nas superfícies de metais é um fenômeno natural que resulta da exposição ao oxigênio e a umidade do ar. Em metais ferrosos, ela é chamada de ferrugem e é prejudicial ao material, porém, em metais como ligas de alumínio, zinco, titânio, magnésio e tântalo pode trazer características positivas.

Neste processo, a peça que se deseja anodizar é imergida num banho eletrolítico e conectada ao polo positivo de uma fonte de corrente elétrica contínua, tornando-se o anodo da eletrólise. No outro eletrodo (catodo), liga-se o polo negativo, e pode ser uma placa ou barra de carbono (como grafite), chumbo, níquel, aço inoxidável ou qualquer outro condutor que não reaja com o banho de anodização. A partir do momento que o circuito é fechado, os elétrons da peça no polo positivo começam a ser retirados do metal, e o íons que vão se formando reagem com a água, gerando uma camada de óxido sobre o metal. No catodo, os elétrons deixam a solução eletrolítica reagindo com os íons de hidrogênio para formar hidrogênio elementar (H2 gasoso). Em alguns tratamentos, utilizam-se de corrente alternada para obter seus resultados.

Existem dois tipos de anodização: a criação de uma “barreira de óxido”, utilizada em metais como alumínio, nióbio, tântalo, titânio, tungstênio e zircônio, e o processo especialmente aplicado ao alumínio que permite a criação de uma “camada porosa de óxido”, muito mais espessa que a primeira. Posteriormente, é possível fechar esses poros, resultando no conhecido “alumínio anodizado”.

O que determinará qual tipo de anodização irá ocorrer será a composição do banho eletrolítico. Enquanto a barreira de óxido se forma em soluções quase neutras, as camadas porosas de óxido necessitam de eletrólitos ácidos, pois neles o óxido irá, além de depositar, também se dissolver, criando os poros.

A anodização de ligas metálicas depende muito de suas composições e as características do filme de óxido podem ser manipuladas durante este processo, afim de se chegar ao melhor resultado para cada tipo de material. É possível criar camadas mais ou menos espessas, mais duras, com maior ou menor resistência e afins. Por causa desse alto grau de controle sobre o resultado final, esse processo é amplamente empregado no tratamento de superfícies de metais, além de ser um dos processos menos agressivos ao meio ambiente, pois seus efluentes são livres de solventes orgânicos e metais pesados.

Além de conferir maior durabilidade à peça metálica, o processo de anodização dá ao metal uma camada que é excelente base para a aplicação de pós-tratamento de tintas e corantes, que faz com que a pintura da peça também seja mais durável.

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