A bolsa amniótica é a estrutura membranosa que envolve os embriões dos vertebrados pertencentes ao clado Amniota (répteis, aves e mamíferos). Possui comumente uma dupla camada de membranas finas, porém resistentes, que encapsulam o feto e o líquido amniótico que o envolve. A membrana interna, ou âmnio, fica em contato com o embrião, enquanto a membrana externa serosa (o cório) envolve todas as demais estruturas embrionárias e está envolvida inclusive na formação da placenta. Esta bolsa se conecta com o alantoide, o saco vitelino (quando presente) e com a placenta (através do cordão umbilical nos animais placentários vivíparos).
Durante o desenvolvimento embrionário inicial ocorre a formação de uma cavidade na massa celular interna resultante da diferenciação do zigoto fecundado. Esta cavidade se alarga, apresentando em seu interior o epiblasto, células diferenciadas capazes de migrar entre os tecidos embrionários. Quando elas estiverem entre o embrioblasto e o trofoblasto, parte delas irá se diferenciar na ectoderme, com o restante formando os amnioblastos. Durante o processo de implantação, os amnioblastos preencheram um pequeno espaço formado no embrioblasto (formação da cavidade amniótica) dando início a amniogênese que forma a bolsa amniótica regulada pela entrada de água por osmose (formando o líquido amniótico).
Além de proteger o feto, a bolsa amniótica é essencial nas trocas gasosas durante o desenvolvimento embrionário, nutrindo o embrião com oxigênio proveniente ou não do cordão umbilical (os ovíparos, que se desenvolvem em ovos, não apresentam esta estrutura).
Uma condição que envolve a bolsa amniótica e que põe em risco o desenvolvimento esperado do feto e sua sobrevivência é a inflamação desta bolsa conhecida como corioamnionite. Esse processo inflamatório é causado mais frequentemente pela migração de bactérias da região urogenital materna, infectando os tecidos embrionários. Mais raramente, pode ser causado após a perfuração da bolsa amniótica em exames clínicos. O quadro pode ser tratado com antibióticos diversos, evitando complicações neonatais como pneumonia e meningite.
A bolsa amniótica pode se romper espontaneamente no final do período gestacional indicando o fim da gravidez e o início do trabalho de parto. Nestes casos, o líquido amniótico é expelido pelo corpo da mãe e o nascimento ocorre nas próximas horas. Em alguns casos, essa ruptura pode ser provocada, a fim de induzir o início do parto. A ruptura prematura da bolsa amniótica deve ser acompanhada de perto por um médico, especialmente quando ocorre antes das 28 semanas de gestação, pois pode trazer graves complicações. Obesidade na gravidez e o hábito de fumar (ativa ou passivamente) enquanto grávida são alguns dos fatores associados a ruptura prematura da bolsa amniótica, além de infecções bacterianas e predisposições genéticas.
Nos ovos de répteis, aves e mamíferos monotremados, a membrana interna da bolsa amniótica, o âmnio, encapsula o embrião junto ao saco vitelino. Sua função está mais associada a trocas gasosas e excreção de dejetos metabólicos, uma vez que a proteção principal do embrião é feita externamente pela casca do ovo e sua nutrição ocorre primordialmente através do vitelo, que é um agregado nutritivo presente no saco vitelino. Outra estrutura essencial nos ovos e que apresenta modificações significativas nos mamíferos, é o alantoide, responsável pelo controle da excreção líquida do embrião. Envolvendo todos estes tecidos embrionários está a membrana externa da bolsa amniótica, o cório, que separa o ambiente de desenvolvimento do embrião da albumina, preenchimento líquido esbranquiçado que provê água e proteínas através de trocas realizadas com o cório.
Referências:
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Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/embriologia/bolsa-amniotica/