O gás de xisto, também chamado de gás não convencional, é um gás natural encontrado em uma rocha sedimentar porosa de mesmo nome. O gás é basicamente o mesmo que o derivado do petróleo, mas a forma de produção e o seu envólucro são diferentes. Ele se encontra comprimido em pequenos espaços dentro da rocha, o que requer a criação de fraturas por meio da pressão hidráulica, num processo conhecido como fraturamento, no interior de seu reservatório na rocha, permitindo que o gás flua e seja coletado. Tal precisão requer uma tecnologia avançada para perfurar e estimular (fraturar) as zonas que englobam o gás.
Hoje tal tecnologia, aparentemente complicada e dispendiosa, está se tornando mais acessível, pois há um rápido aumento na produção de gás de xisto, especialmente nos Estados Unidos, onde ele supre cerca de um quarto das necessidades de energia. De fato, o gás de xisto mudou a matriz energética dos EUA nos últimos anos, derrubando os preços da commodity no mercado doméstico.
O gás de xisto é destinado principalmente ao aquecimento de casas, geração de eletricidade e aplicações diversas em fábricas. O crescimento de seu uso enfrenta dois problemas: o primeiro é a tradicional questão de modificação da matriz energética, ou seja, como fazer para avaliar os custos e uma possível perda financeira que acarretará a troca de toda a infraestrutura montada nos últimos 80 anos em torno da gasolina, desde a engenharia dos motores até à implantação de uma rede de postos que sustente o novo combustível? Provavelmente, o uso do gás de xisto vai se concentrar inicialmente em caminhões pesados com rotas regulares, que requerem poucos postos, e depois, caso seu uso seja comprovadamente benéfico, ele será usado nos outros veículos. O outro problema, é que, embora seja abundante e barato, o gás de xisto tem uma extração polêmica, pois teme-se que o processo de fraturamento hidráulico da rocha possa gerar contaminação dos lençóis freáticos, contaminando a água potável que os cidadãos consomem. O risco ambiental de extração do gás, contudo, não é maior que a produção convencional em mar, já que há a possibilidade de vazamentos.
No Brasil, as pesquisas iniciais da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) apontaram que as maiores incidências do gás de xisto estão nas bacias de Parecis (em Mato Grosso), Parnaíba (entre Maranhão e Piauí), Recôncavo (na Bahia), Paraná (entre Paraná e Mato Grosso do Sul) e São Francisco (entre Minas Gerais e Bahia).
Bibliografia:
O gás de xisto em terra é nosso. Disponível em: < http://www.economiabr.com.br/index.php/gas-de-xisto/ >. Acesso: 25/05/13.
SAMUELSON, Robert J. Gás de xisto, uma dádiva. Disponível em: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT169248-16649,00.html >. Acesso: 25/05/13.
What is shale gas and why is it important? (em ingles). Disponível em: < http://www.eia.gov/energy_in_brief/article/about_shale_gas.cfm >. Acesso: 25/05/13.
Foto: http://energy.gov/articles/producing-natural-gas-shale
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/energia/gas-de-xisto/