A Ação Integralista Brasileira (AIB) foi uma organização política com inspirações fascistas que surge no inicio da década de 1930 no contexto da ascensão dos regimes autoritários na Europa.
Após uma viagem à Itália onde teve contato com o líder do fascismo, Benito Mussolini, Plínio Salgado, idealizador da AIB, articula-se com grupos de intelectuais e simpatizantes do regime fascista e funda no mês de fevereiro de 1932 a Sociedade de Estudos Políticos (SEP) onde reuniam os intelectuais que compactuavam dos ideais autoritários de Plínio. Devido ao sucesso do SEP em outubro do mesmo ano é lançado o manifesto integralista onde Plínio funda a AIB.
O Manifesto Integralista trazia em seu texto os ideais do AIB: “defesa do nacionalismo, definido mais sobre bases culturais do que econômicas, e do corporativismo, visto como esteio da organização do Estado e da sociedade; combate aos valores liberais e rejeição do socialismo como modo de organização social”.
Diferenciava-se do fascismo italiano e do nazismo alemão por não apresentar a característica racial como segregadora. Ao contrário, no discurso da AIB consideravam a miscigenação como constituinte da nação Brasileira.
O lema da organização trazia os pilares de suas crenças: “Deus, Pátria e Família”, deixava, portanto clara sua constituição cristã, nacionalista e conservadora. Seu símbolo era a letra sigma grega (Σ) que na matemática tem o claro significado de soma das sequencias numéricas. Usavam a expressam “Anauê” como “grito de gerra” em suas apresentações públicas, com saudação de mãos muito parecida com a do nazismo. “Anauê” significa “você é meu irmão” em tupi.
A AIB teve ascensão rápida nos primeiros anos de atuação. Em 1933, menos de um ano depois de sua fundação fizeram seu primeiro desfile público em São Paulo, sempre marchando com suas camisas verdes deu a alcunha pela qual se identificavam. Tal como o “apelido” que seus opositores lhes deram “galinhas verdes”.
Em 1934 realizaram seu I Congresso Nacional em Vitória no Espírito Santo. O número elevado de adeptos fez da AIB o primeiro partido de massas do Brasil. Em 1936 a Aliança Nacional Libertadora (ANL) é fundada e torna-se o principal opositor ideológico da AIB. Inúmeros conflitos se dão entre ambos os grupos nas ruas.
Em 1937 a AIB lança Plínio Salgado à eleição presidencial marcada para 1938. As eleições não ocorrem devido ao Golpe do Estado Novo realizado por Vargas em novembro de 1937. Plínio esteve a par do movimento golpista e o apoiou em virtude do “medo comunista” que pairava com o “Plano Cohen”, documento forjado por um alto dirigente integralista, capitão Olímpio Mourão Filho.
No entanto, apesar do apoio da AIB, um mês após o Golpe do Estado Novo, Vargas manda fechar todos os partidos políticos, inclusive a Ação Integralista Brasileira, o que pega de surpresa os integralistas. Tentam um levante contra o governo no Rio de Janeiro em 1938 que é logo controlado.
Plínio Salgado exila-se em Portugal até a redemocratização em 1945 quando retorna e funda um novo partido, onde tenta reavivar os ideais da AIB, o Partido da Representação Popular (PRP).
Referências bibliográficas:
http://www.integralismo.org.br/
TRINDADE, Hélgio. Integralismo: o fascismo brasileiro da década de 1930. 3ª ed. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2016.
SILVA, Giselda Brito. Estudos do Integralismo no Brasil. 2ª ed., Porto Alegre: EdiPUCRS, 2016.
BERTONHA, João Fábio. Bibliografia orientativa sobre o integralismo (1932-2007). Jaboticabal: FUNEP, 2010.