Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas foi poetisa e contista, conceituada como uma das mais importantes escritoras brasileiras do século XX. Foi elogiada publicamente por Carlos Drummond de Andrade e recebeu diversas premiações.
Cora Coralina foi o pseudônimo adotado pela filha do desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e de Jacyntha Luiza do Couto Brandão.
Nascida em 20 de agosto de 1889 na cidade de Goiás, em Goiânia, Cursou somente as quatro séries iniciais. Apesar de sua pouca escolaridade, Anna começou a escrever seus primeiros textos com 14 anos, chegando a publicá-los em 1908 no jornal de poemas femininos “A Rosa”. Em 1910 seu conto "Tragédia na Roça" foi publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", já sob o pseudônimo de Cora Coralina. No ano seguinte fugiu com o advogado Cantídio Tolentino Bretas, divorciado e vinte e dois anos mais velho do que ela. Foram morar em Jaboticabal, no estado de São Paulo e lá tiveram seis filhos. Cora fazia doces e era famosa na região com seus quitutes de abóbora e de figo.
Em 1922, a poetisa recebeu convite para participar da Semana de Arte Moderna, mas seu marido a impediu de comparecer.
Em 1924 a família mudou-se para a Capital, onde um de seus filhos participou da Revolução Constitucionalista de 1932.
Após o falecimento de seu marido, Cora trabalhou como colaboradora no jornal “O Estado de São Paulo” e como vendedora de livros na editora José Olympio. Foi lá onde lançou seu primeiro livro em 1935, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais".
A obra reunia os poemas que consagraram o estilo de Cora, que priorizava a mensagem ao invés da forma. Sua preocupação era compreender o mundo em que vivia e seu papel nele, buscando atingir a riqueza de espírito através das respostas simples que encontramos no cotidiano.
"O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais" teve uma segunda edição em 1978, composta e impressa pelas Oficinas Gráficas da Universidade Federal de Goiás (UFG). O poeta Carlos Drummond de Andrade elogiou a obra no “Jornal do Brasil” em 1980, qualificando-a como um “livro comovedor”. Houve uma terceira edição nesse mesmo ano pela recém-implantada editora da UFG, dentro da Coleção “Documentos Goianos”.
Em 1976 é lançado o livro "Meu livro de cordel" e em 1983 lançou “Vintém de cobre – meias confissões de Aninha”.
Em 1983 Cora Coralina recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” da UFG. Nesse mesmo ano também foi eleita com o "Prêmio Juca Pato" pela União Brasileira dos Escritores, como intelectual do ano de 1983.
Cora Coralina faleceu por complicações de pneumonia no dia 10 de abril de 1985, em Goiânia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada em museu para homenagear sua história de vida e trajetória literária.
Em 31 de janeiro de 1999, “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais” foi aclamada por um seleto júri organizado pelo jornal “O Popular”, de Goiânia, como uma das 20 obras mais importantes do século XX.
Algumas obras:
- Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais, 1965
- Meu Livro de Cordel, 1976
- Vintém de Cobre - Meias confissões de Aninha, 1983
- Estórias da Casa Velha da Ponte, 1985
- Meninos Verdes, 1986 (póstumo)
- Tesouro da Casa Velha, 1996 (póstumo)
- A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu, 1999 (póstumo)
- Vila Boa de Goias, 2001 (póstumo)
- O Prato Azul-Pombinho, 2002 (póstumo)
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/escritores/cora-coralina/