Gregório de Matos Guerra

Por Catarina Oliveira

Ensino Superior em Comunicação (Universidade Metodista de São Paulo, 2010)

Categorias: Biografias, Escritores
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Gregório de Matos Guerra foi advogado e poeta. Sua obra inclui poesia lírica, sacra, satírica e erótica. Ganhou maior destaque por suas produções satíricas, ganhando o apelido de “Boca do Inferno” e também “Boca de Brasa”.

Gregório de Matos nasceu em 23 de dezembro de 1636 em Salvador, Bahia. Seu pai era um fidalgo português e sua mãe baiana. Estudou Humanidades no Colégio da Companhia de Jesus e depois foi para a Universidade de Coimbra cursar Direito.

Gregório de Matos Guerra

A Sua tese de doutoramento foi toda escrita em latim e encontra-se na Biblioteca Nacional. Em 1661 já estava formado e também casado, sendo nomeado juiz em Alcácer do Sal, no Alentejo. Nessa época escreveu o poema satírico “Marinícolas”. Seus poemas líricos e religiosos traziam influências do barroco espanhol.

Gregório não se adaptou à vida na metrópole. Insatisfeito, preferiu voltar à sua terra natal. Em 1683 retornou para Salvador e foi nomeado procurador da cidade, junto à corte portuguesa. Chegou a receber do primeiro arcebispo, D. Gaspar Barata, os cargos de vigário-geral e de tesoureiro-mor, mas foi deposto por não querer completar as ordens eclesiásticas.

Ficou viúvo e casou-se novamente, com Maria de Povos. Passou a viver de maneira modesta, até ficar reduzido à miséria; mergulhado na boemia e escrevendo poesias que satirizavam sem compostura toda a sociedade baiana.

Gregório de Matos considerava-se repreensor e também vítima da própria sociedade.

Em 1685, o promotor eclesiástico da Bahia denunciou os seus costumes livres diretamente ao tribunal da inquisição.

Gregório foi acusado de diversas coisas, como difamação de Jesus Cristo e de não mostrar a devida reverência, tirando o barrete da cabeça ao passar por uma procissão. As acusações indignaram o poeta e seus admiradores, e não tiveram seguimento.

Como não havia imprensa no Brasil Colônia, seus poemas circulavam em manuscritos de mão em mão e também nas rodas de conversa, contados de forma oral.

Após críticas violentas direcionadas às autoridades baianas, em 1694 foi degredado para Angola. Advogou durante um tempo em Luanda e em 1695 recebeu permissão para voltar ao Brasil, mas não para a Bahia. Foi direcionado para Pernambuco, na cidade do Recife. Lá residiu e conseguiu fazer-se mais querido do que na Bahia.

Gregório de Matos, o Boca do Inferno, faleceu no Recife no dia 26 de novembro de 1695, reconciliado como bom cristão e sem nenhuma publicação feita em vida. Afrânio Peixoto reuniu a totalidade de sua obra em seis volumes, que foram publicados no Rio de Janeiro pela Academia Brasileira de Letras, entre 1923 e 1933.

Obras:

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