Filho da professora Amália Augusto Barreto e do pai tipógrafo João Henriques de Lima Barreto, Afonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido como Lima Barreto, nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881. Sua infância foi bastante conturbada, pois sua mãe faleceu precocemente e o pai tinha transtornos psiquiátricos, o que causou sua maturidade antes do tempo, pois precisou cuidar e orientar os seus irmãos. Lima Barreto foi apadrinhado pelo ministro do império, Visconde de Ouro Preto, e estudou em escolas de grande desempenho. Embora tenha ingressado na Escola Politécnica, o escritor foi reprovado em boa parte da grade estudantil, possivelmente pela instabilidade familiar. Para ajudar a sustentar a família que sofria com os problemas financeiros decorrentes da falta de administração de seu pai, Lima Barreto abandonou os estudos. Em 1903, já estabilizado financeiramente, concursado na Secretaria de Guerra, inicia as suas atividades na imprensa do Rio de Janeiro. Desde então, o escritor publicou artigos e crônicas nos periódicos Correio da Manhã, Jornal do Commercio e A Gazeta da Tarde.
A partir de 1909 o escritor inicia sua carreira de romancista, ao publicar sua primeira obra “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”. Dois anos depois, publica a sua obra mais afamada “Triste fim de Policarpo Quaresma” no formato folhetim no Jornal do Commercio. Posteriormente publicada em formato de livro.
Por meados de 1914, Lima Barreto apresentava um caso crítico de depressão e alcoolismo, o que gerou a sua internação no hospício. Durante o seu internato, escreve diários e romances, como o “Cemitério dos vivos”.
Pós-tratamento e em retorno às suas atividades literárias, o escritor colabora para periódicos voltados ao sistema político da época. Mesmo com a internação e tratamento, sua condição crítica que aparentemente havia melhorado, começa a apresentar retorno, com isto, Barreto se aposenta por invalidez no cargo da secretaria de Guerra.
O romancista, cronista, contista e jornalista falece no dia primeiro de novembro de 1922, já com a sua saúde abalada, devido um problema cardíaco. No mesmo ano de sua morte, o seu livro “Clara dos anjos” é publicado.
Suas obras possuem grande teor de criatividade e estilística, e passeiam por diversos níveis artísticos e literários, dos mais simples panfletos aos mais célebres romances e muitas delas são publicadas postumamente. Lima Barreto tornou-se, através de sua marcante escrita, tema em debates sobre a sociedade brasileira e objeto de pesquisa de nomes que são referências em muitas áreas, entre eles estão: Nicolau Sevcenko, Antonio Candido, Antonio Arnoni Prado, Osman Lins, Beatriz Resende, Alfredo Bosi e Lilia Schwarcz.
Principais obras:
- Recordações do Escrivão Isaías Caminha
- Triste Fim de Policarpo Quaresma
- As Aventuras do Dr. Bogoloff
- Numa e a Ninfa
- Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá
- Histórias e Sonhos
- Os Bruzundangas
- Bagatelas
- Clara dos Anjos (póstumo)
- Diário Íntimo
- Feiras e Mafuás
- Marginália
- Vida Urbana
- Cemitério dos Vivos (póstumo e inacabado)
- Coisas do Reino de Jambon
- Impressões de Leitura; Correspondência (2 volumes)
- O Subterrâneo do Morro do Castelo
- Sátiras e outras subversões: textos inéditos. Organização de Felipe Botelho Corrêa.
- Sátiras de um homem morto.
Referências:
Itaú Cultural. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa6209/lima-barreto>
FLIP, ed.2017. Disponível em: <http://flip.org.br/edicoes/flip-2017/homenageado>