Lygia Fagundes Telles nasce na cidade da garoa, São Paulo, no dia 19 de abril de 1923. Sua mãe pianista, Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, e seu pai advogado e promotor, Durval de Azevedo Fagundes. Por causa da atividade do pai, a menina passou grande parte da infância e adolescência em diferentes cidades do interior.
A paulistana era amiga dos escritores Carlos Drummond de Andrade e Érico Veríssimo. Provavelmente a convivência com dois grandes nomes da literatura brasileira tenha colaborado para que, desde cedo, Lygia tivesse muito interesse pelos escritos literários. Aos 15 anos, com a ajuda de seu pai, ela publica o seu primeiro livro de contos intitulado Porão e Sobrado.
Contudo, é a publicação do romance Ciranda de Pedra, em 1954, que eleva a jovem escritora, ao patamar da notoriedade do público e da crítica literária. Antonio Cândido, um dos grandes nomes da crítica literária no Brasil, identifica o amadurecimento da escritura literária da autora, a partir desse livro. Em 1958, o seu livro Histórias do Desencontro é agraciado com o Prêmio do Instituto Nacional do Livro.
A década de 1960 também foi muito produtiva para a carreira de Lygia Fagundes. Com a publicação de Verão no Aquário (1963), foi vencedora do Prêmio Jabuti e ganhadora do Prêmio Candango (1967) - juntamente com seu marido, o crítico de cinema Paulo Emílio Soares Gomes -, com o roteiro do filme Capitu, baseado na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Na década de 1970 a escritora vê sua trajetória ser consagrada a partir das seguintes publicações:
- Antes do Baile Verde, 1970 - Primeiro Prêmio no Concurso Internacional de Escritoras, na França;
- As Meninas, 1973 - Prêmios Jabuti, Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e Ficção da Associação Paulista de Críticos de Arte;
- Seminário dos Ratos, 1977, premiado pelo PEN Clube do Brasil.
Nas duas décadas que seguiram (1980 e 90) a escritora manteve a sua trajetória de premiações, sendo elas:
- A Disciplina do Amor, 1980 - Prêmio Jabuti e Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte;
- As Horas Nuas, 1989 - Prêmio Pedro Nava de Melhor Livro do Ano;
- A Noite Escura e Mais Eu, 1995 - Prêmio Arthur Azevedo da Biblioteca Nacional, o Prêmio Jabuti e o Prêmio APLUB de Literatura.
No ano 2000 o livro Memória recebeu os prêmios Jabuti, APCA e o Golfinho de Ouro. Já em 2005, Lygia Fagundes Telles recebe o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra.
Além de escritora, Lygia foi procuradora, presidente da Cinemateca Brasileira e membro da Academia Paulista de Letras e também da Academia Brasileira de Letras.
Artista engajada politicamente e socialmente, sua obra retrata temas de caráter universal e metafísico, num misto de literatura realista e fantástica. Outra característica concernente à sua obra é a conjugação entre espaço e memória contribuindo para a criação imagética e literária.
No ano de 2012 publica sua coletânea de contos Um Coração Ardente. Em fevereiro de 2016, é a primeira mulher brasileira indicada ao Prêmio Nobel de Literatura pela União Brasileira de Escritores (UBE), afirmando uma travessia poética repleta de prêmios e de grande contribuição para as literaturas brasileira e mundial.
Referências:
ABL (Academia Brasileira de Letras). Lygia Fagundes Telles: Biografia. Disponível em: <http://www.academia.org.br/academicos/lygia-fagundes-telles/biografia>. Acesso em: 18 dez. 2018.